O custo do gás de cozinha está em alta neste início de 2024 e promete subir ainda mais no próximo mês, trazendo preocupações para os consumidores brasileiros. O retorno dos impostos federais e estaduais sobre esse combustível essencial tem impactado diretamente no bolso das famílias.
Os valores médios do gás de cozinha aumentaram em todo o país, indo de R$ 101,85 para R$ 103,89. Estados como Pernambuco, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Alagoas lideraram com aumentos percentuais significativos.
No Norte, a disparidade de preços é ainda mais notável, com valores acima de R$ 120 em Roraima, Rondônia e Amazonas para um botijão de 13 quilos.
Esse aumento se deve à reintrodução integral dos impostos federais Pis/Cofins, anteriormente zerados desde 2021. E a situação pode se agravar em fevereiro com um novo ajuste, desta vez relacionado ao aumento dos impostos estaduais.
A partir de 1° de fevereiro, novas alíquotas de ICMS serão aplicadas sobre o gás de cozinha, aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) no final do ano passado. Isso deve gerar um acréscimo médio de R$ 2,03 por botijão, representando um aumento de 2% sobre o valor atual.
O Sindigás alerta para a possibilidade de alguns estados ultrapassarem o teto máximo de 18% de ICMS, estipulado para produtos essenciais, como é o caso do gás de cozinha.
Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, expressa esperança na revisão das alíquotas estaduais: “Acreditamos que ainda há a possibilidade de revisão por parte dos estados antes do aumento previsto para 1° de fevereiro”.
Para o economista Alberto Ajzental, professor da FGV, essa mudança nas alíquotas do ICMS reflete uma tendência para 2024, onde outros serviços essenciais podem passar por reajustes semelhantes.
O presidente do Sindigás ressalta o impacto direto na vida dos brasileiros: “Vemos isso de forma negativa devido à essencialidade. Não se cozinha arroz e feijão cru, é necessário o gás de cozinha. Ele está presente em 66 milhões de lares no Brasil. 91% dos lares brasileiros utilizam GLP, então isso representa um aumento direto no custo de vida das pessoas”.