Rubens Ricupero, embaixador aposentado e ex-ministro da Fazenda, observa que o presidente Lula não recuperou o mesmo nível de admiração global que desfrutava durante seus primeiros mandatos. Ele atribui isso ao fato de que o líder petista não está atualmente alinhado necessariamente com as mesmas questões que preocupam o Ocidente, ao contrário do que ocorria anteriormente.
“Começando pela postura em relação à Ucrânia, desde o início houve uma série de declarações incertas e vacilantes. Ele emitiu cinco ou seis posicionamentos diferentes, mas o que permanece é a percepção de que, no fundo, ele mantém uma atitude condescendente em relação a Putin e à Rússia. Esse tipo de postura o coloca em rota de confronto com os Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Essa posição do Brasil em relação à Ucrânia não é simpatizada por ninguém”, observa.
Em uma entrevista ao Estadão, ao discutir a crise entre Venezuela e Guiana, o ex-ministro argumenta que é improvável que a tensão resulte em um conflito armado. No entanto, ele destaca que a situação já se tornou um problema para o Brasil e expressa a opinião de que o presidente Lula deveria adotar uma postura menos complacente em relação ao seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.