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domingo, 22 dezembro, 2024
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Grandes nomes empresariais pressionam Lula a recuar em posição polêmica sobre conflito no Oriente Médio

Por Marina B.

Empresários, executivos, pesquisadores e artistas uniram suas assinaturas em um abaixo-assinado, solicitando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que retire o respaldo à ação movida pela África do Sul contra Israel por suposto genocídio. O manifesto, endereçado ao líder petista, argumenta que as acusações carecem de fundamento e exige uma postura justa e equilibrada por parte do governo brasileiro.

Até o final da tarde de quinta-feira (18), a petição online já contava com mais de 17 mil assinaturas. Entre os 119 signatários de destaque, encontram-se figuras como Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, que confirmou o endosso por meio de sua assessoria ao Estadão.

Além de Trajano, personalidades como a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, o empresário e economista Roberto Giannetti da Fonseca, o presidente da Suzano, Walter Schalka, o CEO de O Boticário, Artur Grynbaum, o presidente do conselho do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, o cientista político Christian Lohbauer, a atriz Bruna Lombardi e a microbiologista Natália Pasternak, figuram na lista.

O manifesto reconhece a complexidade do conflito e o sofrimento da população em Gaza, ressaltando, no entanto, que genocídio, por definição, pressupõe a intenção de exterminar um povo, algo que não seria o objetivo de Tel-Aviv. Argumenta-se que a guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, o qual, por sua vez, prega a destruição do Estado de Israel, utiliza civis como escudos humanos e mantém inocentes como reféns.

O texto apela por uma avaliação ponderada antes de endossar a iniciativa da África do Sul e destaca a necessidade de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto busca aliviar o sofrimento em Gaza, o manifesto enfatiza a importância de pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns. A responsabilidade pela situação é apontada como compartilhada por todas as partes envolvidas, sem acusações infundadas, como a de genocídio atribuído a Israel.

O empresário Charles Putz, autor do manifesto, revelou que a ideia surgiu de um grupo de empresários no WhatsApp. Ele destaca a busca por uma abordagem mais justa e equilibrada, apontando a falta de cobranças ao Hamas por parte do governo brasileiro.

Segundo Putz, o texto foi inicialmente apresentado diretamente a executivos e figuras públicas, sendo aberto ao público em geral no dia seguinte. Apesar de ter sido encaminhado à Presidência da República, não houve retorno até o momento.

A decisão de respaldar a acusação de genocídio, foi considerada uma quebra com a tradição diplomática do Itamaraty no conflito árabe-israelense, gerando críticas ao governo Lula. O ex-ministro de Relações Exteriores e professor emérito de Direito da USP, Celso Lafer, expressou sua discordância em carta ao chanceler Mauro Vieira, considerando a decisão incoerente e alertando sobre possíveis impactos na imagem internacional do Brasil.

Enquanto o governo condena os ataques terroristas do Hamas, argumenta que isso não justifica o uso indiscriminado e desproporcional da força contra civis. O presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul para que Israel cesse alegados atos genocidas, citando violações ao direito internacional humanitário.

A acusação de genocídio é particularmente sensível para Israel, dado que o termo foi originalmente cunhado para descrever o Holocausto. A África do Sul fundamenta sua ação na suposta intenção israelense, citando declarações de autoridades do país. Israel, por sua vez, nega categoricamente, destacando o direito à autodefesa em resposta a ataques do Hamas e apontando o uso de civis como escudos humanos pelos terroristas.

O conflito, iniciado com um ataque do Hamas em outubro, resultou em um alto número de vítimas e deslocados, intensificando a pressão internacional sobre Israel. Apesar das críticas, Tel-Aviv reafirma sua determinação em continuar os combates até o fim do Hamas.

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