De acordo com o periódico, desde que Lula reassumiu o poder, ele tem buscado fortalecer o papel do Estado para elevar o padrão de vida da população. Isso inclui aumentar os investimentos em assistência social, flexibilizar as restrições de gastos públicos e prometer melhorias na infraestrutura. Entretanto, críticos entrevistados pelo jornal alertam que essa abordagem ameaça “ressuscitar um modelo desacreditado de desenvolvimento estatista que falhou no passado”, conforme reportado pelo FT.
A despeito dos defensores do modelo, que destacam o desempenho positivo no primeiro ano de governo, incluindo a redução do desemprego, da inflação e o crescimento econômico, investidores e economistas ainda parecem céticos quanto ao controle das contas públicas, tornando difícil a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,75%, segundo o jornal.
A matéria salienta o desafio do país em escolher entre seguir um caminho macroeconômico mais moderado ou intensificar os gastos na tentativa de impulsionar o crescimento. O economista-chefe para o Brasil no Barclays, Roberto Secemski, destaca que a renda per capita ainda não retornou aos níveis de 2013, enfatizando a necessidade de maior produtividade e investimentos de capital, viáveis com taxas de juros mais baixas. Porém, ele aponta a postura fiscal frouxa como um problema.
Abinadade Santos, secretário-geral do sindicato dos metalúrgicos, acredita que o presidente tem capacidade para gerir a situação, mas ressalta a importância de corrigir os erros do passado.
A reportagem destaca o papel das indústrias naval e petroleira na política industrial de Lula, mencionando o esquema de propina para contratos da Petrobras que resultou em prisões. O artigo aponta que houve um desmantelamento completo do que era considerado um futuro promissor para a região.
Quanto à reforma tributária, a sua aprovação é mencionada como bem recebida no mercado, embora o desafio persista, com a produtividade crescendo pouco no país. O jornal destaca a dívida pública, atualmente em 74% do PIB, como relativamente alta para uma economia emergente, podendo ter efeitos na inflação e na confiança do investidor, segundo especialistas citados.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também é mencionado como uma “fórmula antiga” do governo Lula, com números de entrega de projetos considerados abaixo das expectativas. O endividamento, visto como alto, pode, segundo alguns especialistas, impactar a inflação e a confiança do investidor, sendo apontado como um fator que pode conter os investimentos do setor privado no futuro.