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quarta-feira, 19 novembro, 2025
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Brasileiros seguem detidos em Israel; deputada Luizianne recusa deportação acelerada

Por Alexandre Gomes

Grupo da flotilha Global Sumud permanece na prisão de Ketziot, no deserto de Negev, enquanto aguarda definição judicial

A situação dos brasileiros detidos por Israel após a interceptação da flotilha Global Sumud ainda não teve desfecho. Entre os presos está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), que permanece na prisão de Ketziot, no deserto de Negev. A parlamentar recusou assinar um documento de deportação acelerada, utilizado por Israel para expulsar estrangeiros sem audiência judicial.

Com a recusa, Luizianne teve que aguardar as audiências que analisaram cada caso. As sessões terminaram no domingo (5), mas ainda não há decisão sobre a libertação ou deportação do grupo.


Procedimento judicial e acusações

Nos tribunais israelenses, cada estrangeiro é apresentado a um juiz de imigração, com a presença — quando possível — de um advogado e de um intérprete. O juiz avalia se houve entrada irregular em território israelense, ainda que o detido alegue ter sido capturado em águas internacionais.

Se o tribunal considerar que o ingresso foi ilegal ou que há risco à segurança do Estado, o estrangeiro é mantido em detenção até a deportação. O processo é considerado sumário, com prazos de recurso entre 48 e 72 horas.

As autoridades brasileiras afirmam que a detenção ocorreu em águas internacionais, o que configuraria, na visão do governo, “violação do direito internacional”.


Posição de Luizianne Lins e nota da assessoria

Segundo nota divulgada pela assessoria da deputada, Luizianne está “incomunicável há mais de 40 horas”, sem acesso a familiares ou contatos oficiais. A equipe ressalta que a parlamentar recusou a deportação acelerada por entender que a assinatura do documento significaria reconhecer uma entrada ilegal em Israel, o que ela considera abusivo.

A nota também cobra a libertação imediata dos brasileiros e demais integrantes da flotilha, com garantia de integridade e segurança, e afirma que “nenhuma ação solidária e amparada pelo direito internacional pode ser tratada como crime”.


Reação do Itamaraty e cenário político

O Itamaraty divulgou na quinta-feira (2) uma nota exigindo a libertação imediata dos brasileiros detidos e solicitando acesso consular irrestrito para acompanhar as condições do grupo.

Parlamentares de diferentes partidos cobraram do governo medidas mais firmes, incluindo a possibilidade de suspender relações comerciais com Israel caso os detidos não sejam libertados.

No domingo (5), movimentos de esquerda e sindicatos realizaram um ato pró-Palestina no centro de São Paulo, em solidariedade aos ativistas presos e em protesto contra o bloqueio israelense à Faixa de Gaza.


O que se sabe sobre a flotilha e os detidos

O grupo é composto por ao menos 15 brasileiros, incluindo Luizianne Lins e o ativista Thiago de Ávila, que participavam da flotilha internacional com o objetivo declarado de levar mantimentos à população civil em Gaza.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram que os navios foram interceptados sem incidentes e que os ativistas estão sendo deportados gradualmente. Até agora, apenas um brasileiro — Nicolas Calabrese — foi deportado.

Diplomatas brasileiros visitaram a prisão de Ketziot, onde permaneceram por mais de oito horas e relataram que os detidos “estão bem e demonstram resiliência emocional”.

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