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domingo, 13 outubro, 2024
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Venezuela revoga custódia brasileira da embaixada da Argentina em Caracas

Por Marina B.

Sábado (7), a Venezuela notificou o Brasil sobre a revogação da custódia brasileira da embaixada da Argentina em Caracas, que abriga opositores ao regime de Nicolás Maduro. O Itamaraty confirmou o recebimento da notificação, mas afirmou que a representação brasileira só será desocupada quando um substituto for designado.

Opositores ao regime relataram um cerco à embaixada por homens armados e encapuzados do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), além de interrupções no fornecimento de energia.

Há quase seis meses, alguns dos principais assessores de María Corina Machado e Edmundo González estão abrigados no prédio. De acordo com o direito internacional, as forças de segurança não podem entrar em embaixadas, que são consideradas invioláveis pelo Estatuto de Viena, que garante imunidade às representações diplomáticas.

O Itamaraty afirmou que negociações estão em andamento e que continuará representando os interesses argentinos na Venezuela até que um novo país assuma a responsabilidade. O ministério garantiu que não há possibilidade de um vácuo na representação.

Apesar das tensões públicas entre os presidentes Lula e Javier Milei, o Brasil assumiu a proteção da embaixada argentina em Caracas no mês passado, após a Venezuela expulsar os embaixadores argentinos. Esse rompimento das relações foi uma retaliação da ditadura chavista aos países da região que criticaram a reeleição de Nicolás Maduro, considerada fraudulenta.

A situação é ainda mais delicada devido à presença de opositores na embaixada. Ao assumir a custódia da sede diplomática, o Brasil se comprometeu a proteger os asilados, bem como a integridade do prédio e de seus documentos internos.

Os asilados haviam denunciado um cerco à embaixada e interrupções no fornecimento de água e luz após as eleições, que Edmundo González afirmou ter vencido com base nas atas coletadas pela oposição e verificadas por pesquisadores independentes.

A escalada autoritária na Venezuela e as denúncias de fraude eleitoral levaram a um aumento da repressão aos críticos e geraram atritos entre Brasil e Venezuela. Após tentar reabilitar Nicolás Maduro, Lula passou a criticar o regime venezuelano, embora de forma mais branda do que alguns países da região, como Argentina e Chile.

O Brasil não reconhece o resultado da eleição venezuelana e condiciona seu reconhecimento à divulgação dos dados das urnas pelo Conselho Nacional Eleitoral, o que ainda não ocorreu. Embora reconheça as irregularidades no processo eleitoral, o presidente Lula descartou romper relações com a Venezuela e se opõe à imposição de bloqueios unilaterais, conforme declarou em entrevista à rádio Difusora Goiânia na última sexta-feira (6).

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