A Comissão Europeia iniciou, na quinta-feira, um “diálogo estratégico” sobre o futuro da agricultura, em meio a crescentes protestos no setor em vários Estados-membros da União Europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, encontrou-se em Bruxelas com representantes de cerca de trinta organizações de agricultores e da produção alimentar, reconhecendo a existência de uma polarização crescente.
Von der Leyen destacou o desafio de “competir a nível mundial e agir a nível local” e de atender às preferências dos consumidores, afirmando que a Europa oferece os alimentos mais saudáveis e de melhor qualidade do mundo. Ela reconheceu que os agricultores trabalham em um mercado global altamente competitivo, sendo frequentemente a parte mais vulnerável da cadeia de valor, e destacou a necessidade de uma remuneração justa para eles.
As reuniões estão programadas para continuar até o verão, abordando temas como os rendimentos dos agricultores e a competitividade em um modelo mais sustentável ambientalmente, conforme exigido pelo Pacto Ecológico Europeu.
Profissionais do setor expressaram preocupações em relação às normas ambientais do Pacto Ecológico Europeu e à concorrência dos mercados mundiais, principalmente através dos acordos de livre comércio da UE.
Lennart Nilsson, presidente da federação Cogeca, afirmou que os agricultores estão sob intensa pressão e pediu mais financiamento, apoio básico e menos regulamentações.
A União Europeia perdeu quatro milhões de explorações agrícolas em 10 anos, e os jovens agricultores destacam a necessidade de um plano a longo prazo para o setor.
A Comissão Europeia deve apresentar seus objetivos de redução das emissões poluentes até 2040 em fevereiro, envolvendo o setor agrícola no debate sobre estratégias para alcançá-los.