A inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), registrou uma aceleração para 0,38% em abril, conforme divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O aumento foi impulsionado por remédios, alimentos e gasolina, ultrapassando as previsões médias do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam uma variação de 0,35%. Em março, o IPCA tinha sido de 0,16%.
Em relação aos últimos 12 meses, o índice desacelerou para 3,69% até abril, marcando o menor patamar desde junho do ano passado (3,16%). No entanto, esse resultado ficou acima da mediana das projeções, que era de 3,66%, de acordo com a Bloomberg. Em março, a alta dos preços estava em 3,93% no acumulado de 12 meses.
Apesar da aceleração, a taxa mensal de 0,38% é a menor para abril em três anos, desde 2021 (0,31%).
O IPCA é utilizado como referência para a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, com um centro de 3% em 2024 e uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. As projeções do mercado financeiro apontam uma alta de 3,72% para o índice em 2024, abaixo do teto da meta (4,5%).
O Banco Central, por meio do Copom (Comitê de Política Monetária), decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, passando de 10,75% para 10,50% ao ano. Esta mudança de ritmo ocorreu após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual.
Além disso, nos últimos dias, os analistas têm considerado o possível impacto das enchentes no Rio Grande do Sul como um novo fator que pode gerar pressão inflacionária no Brasil. Com receios sobre a escassez de alimentos devido às inundações, o governo federal anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz, uma medida contestada pelos produtores locais.
