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quarta-feira, 2 outubro, 2024
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Transportadores espanhóis se aliam aos agricultores em protesto

Por Alexandre G.

As demandas decorrentes da nova Política Agrícola Comum, juntamente com os acordos comerciais estabelecidos com Marrocos e o Mercosul, têm sido o ponto central dos recentes protestos.

O mundo rural espanhol enfrenta desafios significativos devido à seca e aos crescentes custos de produção. Após uma temporada desastrosa, os agricultores estão agora enfrentando não apenas as dificuldades climáticas, mas também os requisitos adicionais da Política Agrícola Comum e os acordos comerciais que facilitam a entrada de produtos agrícolas de países terceiros.

Carlos Fernández, um agricultor local, descreve a situação: “O ano de 2023 foi marcado pelos custos de produção de cereais mais elevados da história e uma das piores épocas de chuva em anos. É uma combinação devastadora que nos deixa sem opções”.

Os novos entraves burocráticos e os requisitos mais rigorosos de proteção ambiental e animal tornam o acesso aos subsídios europeus mais complexo e dispendioso. Carlos Fernández expressa a preocupação com o extremismo ambiental que, embora busque proteger o planeta, deixa os agricultores vulneráveis. Ele destaca a necessidade de uma abordagem mais equilibrada e sustentável a longo prazo.

Enquanto as demandas europeias aumentam os custos dos produtos locais, os agricultores e criadores de gado, exigem que os produtos importados cumpram os mesmos padrões ambientais e de segurança alimentar. Eles protestam vigorosamente contra os acordos comerciais com Marrocos e o futuro pacto com o Mercosul.

Os transportadores planejam juntar-se aos protestos dos agricultores, visando os portos de entrada de mercadorias de países terceiros, em uma ação semelhante à realizada em Portugal e na Itália.

Lola Guzmán, do “Movimento 6-F”, declara: “Nossa batalha está nos portos da Espanha”.

Agricultores, criadores de gado e transportadores afirmam que continuarão com greves e mobilizações até que suas reivindicações sejam ouvidas por Bruxelas, com a Agenda Europeia 2030 no centro da contenda.

Esses protestos, que ecoam por toda a Europa, refletem uma crescente divisão entre a Europa urbana e rural, enredada entre os impactos das tais mudanças climáticas e das políticas ambientais necessárias para combatê-las. Essa situação oferece um terreno fértil para o surgimento do euroceticismo e do negacionismo climático, que provavelmente desempenharão um papel significativo nas próximas eleições europeias.

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