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quarta-feira, 27 novembro, 2024
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Desconfiança no Governo: Ibovespa fecha dia no vermelho e dólar bate R$ 5,42

Por Marina B.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), registrou uma queda de 0,44% hoje, fechando aos 119.137,86 pontos. Essa perda de 524 pontos ocorreu após um ganho modesto de 0,08% na sexta-feira (14). O índice atingiu o menor patamar de fechamento em 2024. Em 17 de maio, quando a atual derrocada começou, o Ibovespa abriu com 128.280 pontos. Apesar das dificuldades, a queda foi menor do que poderia ter sido, já que o IBOV chegou a atingir 118.680 pontos na mínima desta segunda-feira. Essa leve recuperação ocorreu logo após uma breve declaração da equipe econômica do governo federal, explicando a reunião que tiveram com o presidente Lula.

Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, Lula demonstrou preocupação com o aumento dos subsídios nos gastos públicos. Ele deu aos ministros da área econômica tempo para analisarem os números e apresentarem soluções. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Tebet mencionou que o aumento dos gastos com previdência está relacionado ao crescimento das renúncias fiscais. Haddad reforçou que essas renúncias chamaram a atenção do presidente Lula. Ambos forneceram a ele uma visão detalhada da evolução dos gastos e da carga tributária.

Apesar do cenário incerto, o mercado parece ter reagido positivamente à perspectiva de que o governo, após o esforço arrecadatório em 2023, agora se concentrará nos gastos. No entanto, essa é uma tarefa desafiadora. A área econômica do governo federal está considerando retomar a Desvinculação das Receitas da União (DRU) como uma forma de aliviar a pressão fiscal. Esse instrumento, criado durante o governo Itamar Franco nos anos 90, permite que o Executivo realoque até 20% das “receitas carimbadas” para áreas como saúde, educação e previdência.

Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, observa que a incerteza fiscal tem pesado muito no mercado brasileiro, refletindo-se na curva de juros e na bolsa. Embora o Ibovespa tenha caído, ele não foi o pior entre os mercados globais. A manutenção da taxa Selic em 10,5% na próxima reunião do Copom é amplamente esperada.

Para conter a turbulência, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), anunciou que a votação da regulamentação da reforma tributária deve começar na Câmara dos Deputados na primeira semana de julho.

Apesar desses esforços, a bolsa continua em queda devido a questões fiscais não resolvidas no Brasil. Investidores estão mais cautelosos e estrangeiros estão saindo do mercado, o que aumenta a volatilidade nos papéis. Além disso, o dólar comercial está em alta, e os juros futuros também estão subindo.

Mesmo com altas nas ações de Petrobras e Itaú, o Ibovespa enfrenta dificuldades devido à persistente desconfiança.

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