Neste sábado (31/8), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), participou de um seminário promovido pelo Grupo Esfera, onde se encontrou com importantes líderes empresariais brasileiros. A reunião ocorreu em meio à decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender o funcionamento do X no Brasil.
Castro integrou o último painel do evento, ao lado do presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, e do presidente do Conselho do Grupo Guararapes, Flávio Rocha. O painel teve como tema “Rio de Janeiro: uma vitrine em potencial”, mas o debate rapidamente se desviou para questões de insegurança jurídica, abordando inicialmente a reforma tributária e depois as big techs.
Embora o tema específico do X não tenha sido diretamente discutido, o impacto da decisão do STF gerou preocupações nos bastidores entre empresários e investidores presentes.
“É um debate complexo que exige grande maturidade. No passado, a sociedade compreendeu que viver em comunidade requer o estabelecimento de regras. A vida em sociedade não pode ser um vale-tudo; é preciso ter normas de convivência. No ambiente virtual, creio que algumas regras são importantes”, comentou Castro.
Sem mencionar diretamente o X, o presidente do Google pediu que o governador não generalizasse todas as empresas de tecnologia. Destacou que a sua empresa está há 20 anos no Brasil, contribuindo com empregos e tributos.
“Temos 20 anos de Brasil. Quando você fala em big techs, parece que todas são iguais, mas são empresas distintas. Não devemos discutir casos específicos, pois isso não ajuda. O que observamos é um aumento da retórica inflamada no cenário político global, o que pode levar à polarização. A retórica é válida, mas o excesso pode resultar em confrontos pessoais”, afirmou.
Quando questionado sobre o X e suas regras para usuários, o presidente do Google limitou-se a dizer que “não fala” sobre a rede social de Elon Musk.
Flávio Rocha, que considerou uma candidatura presidencial em 2018, expressou que não vê a polarização como um problema, mas como uma indicação de maior engajamento político da população.
“A polarização, que alguns apontam como um problema, é na verdade um sinal de amadurecimento do eleitor brasileiro. Cada vez mais, os brasileiros estão discutindo questões políticas em vez de se dedicarem exclusivamente ao futebol”, concluiu o empresário.