Na entrevista ao podcast Pod13 do PT da Bahia, José Dirceu, um dos fundadores do PT e ex-ministro-chefe da Casa Civil, expressou críticas às igrejas, especialmente as neopentecostais, atribuindo a essas instituições religiosas um papel relevante na transformação social e cultural que, segundo ele, contribuiu para o fortalecimento da direita e o declínio da esquerda no Brasil.
Dirceu destacou que as mudanças sociais e culturais resultantes da ascensão do neopentecostalismo e do que chamou pejorativamente de “fundamentalismo religioso”, aliadas ao crescimento dos partidos de direita, provocaram um recuo da esquerda, incluindo o PT, gerando um cenário de polarização.
“Com a emergência do neopentecostalismo e do fundamentalismo religioso, somados ao poder crescente dos partidos de direita, presenciamos uma transformação social e cultural significativa. Isso levou a um retrocesso da esquerda como um todo”, afirmou Dirceu.
O ex-ministro ressaltou a urgência de uma reestruturação do PT para enfrentar o fortalecimento da direita nesse contexto polarizado, considerando essencial que o partido se reposicione como uma força política eficaz.
No entanto, Dirceu não abordou a possibilidade de que a polarização observada possa ser, em parte, atribuída ao próprio PT e seus aliados de esquerda, que utilizam a divisão da sociedade como estratégia para manter sua relevância. Ele reconheceu a crescente vigilância das igrejas e fiéis em relação à política, destacando que eles não são mais facilmente manipulados nem pela esquerda nem pela direita.