Nesta segunda-feira, 8 de abril, o Dicastério para a Doutrina da Fé divulgou a declaração intitulada ‘Dignitas infinita’ (Dignidade infinita), dedicada a abordar “algumas graves violações da dignidade humana”.
O documento, resultado de cinco anos de trabalho, engloba o magistério papal da última década, abordando uma variedade de questões, desde guerra até pobreza, violência contra migrantes e mulheres, aborto, maternidade sub-rogada, eutanásia, teoria de gênero, até violência digital, entre outras. A declaração marca os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reafirmando “a importância do conceito de dignidade da pessoa humana dentro da antropologia cristã”.
A declaração destaca que “a Igreja constantemente reafirma que a dignidade de cada ser humano é intrínseca e válida desde o momento da concepção até a morte natural”. Afirma ainda que esta dignidade é essencial para proteger a vida pessoal e social, bem como para promover a fraternidade e a amizade social entre todas as nações.
O texto busca superar a divisão entre aqueles que se concentram exclusivamente na defesa da vida do nascituro ou do moribundo, ignorando outras violações da dignidade humana, e aqueles que se concentram apenas na defesa dos pobres e dos migrantes, esquecendo-se de que a vida deve ser protegida desde a concepção até seu término natural.
Nos princípios fundamentais delineados na declaração, destaca-se a dignidade ontológica da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus e redimida em Cristo Jesus. O documento enfatiza a importância de defender os mais fracos e desprovidos de poder, ressaltando o primado da pessoa humana e a defesa de sua dignidade em todas as circunstâncias.
Além disso, a declaração enumera várias violações graves da dignidade humana, que incluem desde formas de homicídio, aborto, eutanásia, tortura, até condições de vida sub-humanas, escravidão, exploração sexual, tráfico de pessoas, abuso sexual e discriminação de gênero.
O texto também aborda questões contemporâneas como a violência digital, destacando o papel das redes sociais na propagação do cyberbullying, pornografia e exploração sexual, entre outros.
A declaração conclui instando que o respeito pela dignidade da pessoa humana seja colocado no centro dos esforços pelo bem comum e da legislação.