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segunda-feira, 14 outubro, 2024
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Portos da Amazônia: Estações flutuantes transformam o cenário de exportação de grãos

Por Alexandre G.

No contexto do crescente volume de exportação de grãos pelos portos do Arco Norte, uma inovação na forma de realizar transbordos está impulsionando o aumento da capacidade operacional dos terminais na região amazônica. Trata-se das estações de transbordo flutuantes, que se destacam por serem mais acessíveis, versáteis e rápidas de serem construídas em comparação com as estações tradicionais, instaladas em terra.

Essa tecnologia, originalmente desenvolvida para operações militares, visando transferir carga entre embarcações sem a necessidade de atracar nos portos, chamou a atenção de Eduardo Carvalho, presidente da Mega Logística, durante uma viagem aos Estados Unidos há 24 anos. “Eu vi que lá eles estavam descarregando e carregando um navio de sucata e daí pensamos: se pode fazer com sucata, pode fazer com qualquer coisa”, relembra o executivo. A construção do primeiro modelo, inicialmente com operações limitadas de minério de ferro, levou sete anos.

“A partir dali começamos a trabalhar num projeto mais robusto que tivesse capacidade de carregar navios Panamax com qualidade operacional e que resolvesse o problema dos portos, que já estavam afogados”, relata Carvalho. Com a queda nos preços do minério de ferro a partir de 2014 e o aumento na infraestrutura de escoamento de grãos pelo Arco Norte do Brasil, a Mega Logística fechou parceria com duas exportadoras de commodities agrícolas interessadas em uma operação 100% fluvial.

Atualmente, a empresa opera três Estações de Transbordo de Cargas (ETC) flutuantes no Arco Norte, de um total de quatro em operação na região. Em 2023, a Mega Logística movimentou 3 milhões de toneladas de granéis vegetais sólidos, com a previsão de alcançar 5 milhões de toneladas este ano.

Eduardo Carvalho destaca a flexibilidade logística oferecida pelas estações flutuantes, permitindo, por exemplo, a adição de um guindaste para dobrar a capacidade de operação ou a inclusão de uma boia para expandir o tamanho e receber dois navios. Além disso, o custo da estrutura é consideravelmente menor, representando apenas 10% do necessário para instalar uma estação em terra, cujo investimento pode atingir a marca de R$ 1 bilhão. “E eu não tinha R$ 1 bilhão para investir no negócio naquela época”, ressalta Carvalho.

Na análise de Flávio Acatauassú, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), esse novo modelo desempenha um papel fundamental na expansão da capacidade de escoamento de grãos pelos portos amazônicos, atendendo à velocidade exigida pelo mercado. Em 2023, esses portos movimentaram 51 milhões de toneladas de grãos, representando um aumento de 22% em relação ao ano anterior, conforme dados da Amport.

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