O traficante Carlos Henrique dos Santos, conhecido como Carlinhos Cocaína e apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi ferido, junto com dois seguranças, na madrugada desta sexta-feira (12) na Freguesia, em um dos acessos da Cidade de Deus. Segundo a PM, os criminosos resistiram à prisão e atiraram contra agentes do 18º BPM (Jacarepaguá). Carlinhos Cocaína e os seguranças, identificados como Fábio da Silva Machado Júnior, conhecido como Bumba, de 29 anos, e um indivíduo conhecido apenas como Bigode, foram encaminhados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda não fornecendo informações sobre o estado de saúde deles.
Com os criminosos, foram apreendidos um fuzil, duas pistolas e um rádio de comunicação. Carlinhos Cocaína, procurado pelo Disque-Denúncia com recompensa de R$ 1 mil para informações sobre seu paradeiro, está envolvido no tráfico por mais de 30 anos e nunca havia sido preso. Na Cidade de Deus, controla o tráfico nas áreas conhecidas como Apartamentos, Pantanal, Quintanilha e Bariri.
Uma operação emergencial da PM foi realizada na Cidade de Deus na manhã desta sexta-feira, com isso o resultando funcionamento do Centro Municipal de Saúde Hamilton Land e das Clínicas da Família Lourival Francisco de Oliveira e José Neves, por questões de segurança, foi suspenso.
Em 2019, Carlinhos Cocaína foi alvo de uma operação da Polícia Civil, responsável pelo braço financeiro do grupo criminoso. Apesar de não ter sido preso, a polícia conseguiu o sequestro de aproximadamente R$ 5 milhões em bens imóveis, incluindo uma mansão em Jacarepaguá. A casa, avaliada em cerca de R$ 2 milhões, apresentava alto padrão, com dois andares, piscina, churrasqueira e sistema de monitoramento por câmeras. Durante as investigações, descobriu-se que Carlinhos Cocaína gastou mais de R$ 1 milhão na festa de 15 anos de uma de suas filhas em 2016, incluindo uma viagem à Disney. A investigação também revelou que 29 imóveis em nome de “laranjas” pertenciam ao traficante, que atua como gestor da caixinha comum da principal facção criminosa do Rio, o comando vermelho, financiando “pensões” para traficantes presos e a compra de armamentos em diversas comunidades.