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segunda-feira, 23 dezembro, 2024
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Câmeras de reconhecimento facial roubadas no Complexo da Maré

Por Alexandre G.

Três câmeras de reconhecimento facial da Polícia Militar foram roubadas no entorno do Complexo da Maré, e uma quarta foi danificada. O sistema, promovido pelo governo como uma inovação no combate ao crime, deveria auxiliar na localização de fugitivos, mas acabou se tornando alvo dos criminosos.

Uma das câmeras mal havia completado 24 horas de instalação na área próxima ao complexo de comunidades, localizado na Zona Norte do Rio. Essa informação foi divulgada pela empresa L8, contratada pela corporação por R$ 18 milhões para realizar o serviço.

Em um comunicado enviado à PM no último mês, a empresa lamentou:

“Para se ter uma ideia do absurdo, uma das câmeras não durou nem 12 horas após a instalação, sendo roubada nesse curto período de tempo, acarretando em diversos problemas, como atraso na implementação e prejuízo financeiro”.

O Complexo da Maré foi selecionado pelo governo como o primeiro território controlado pelo crime organizado a ser monitorado pelas câmeras de reconhecimento facial. O anúncio foi feito em outubro de 2023, após a identificação de traficantes armados em um treinamento de guerrilha.

A instalação teve início em outubro. Uma das câmeras perdidas realizava o reconhecimento de placas de veículos.

Após ser notificada pela corporação sobre os atrasos no cronograma, a empresa L8 mencionou as enormes dificuldades enfrentadas e ainda em curso na região, incluindo ameaças à segurança dos colaboradores e roubos de equipamentos.

O risco de furto e vandalismo até mesmo alterou o planejamento das instalações em outras áreas da cidade, como na Praia de Copacabana.

A empresa contratada admitiu ter aumentado a altura das câmeras para 8 metros do chão para evitar a ação dos criminosos. No entanto, a maior distância dos possíveis alvos afetou os testes realizados pela PM – que não ficou satisfeita com os resultados.

Em um documento datado de 14 de dezembro, o chefe do monitoramento em vídeo da corporação afirmou que “o recurso de reconhecimento facial não atingiu o mínimo especificado” para atender às necessidades, “demonstrando-se ineficaz para a conclusão do projeto”.

A PM chegou a considerar rescindir o contrato unilateralmente, mas o sistema ainda será usado no carnaval na Marquês de Sapucaí.

“Qualquer ato de vandalismo contra o patrimônio público é inaceitável, seja ele público ou privado. Continuaremos trabalhando em estreita colaboração com a Polícia Civil para identificar e deter os responsáveis.”

Por fim destaca-se a “ingenuidade” das autoridades. Em uma cidade onde os marginais roubam tudo, tampa de bueiro, fiação, qualquer tipo de estrutura…, ninguém levou em consideração que os criminosos roubariam as câmeras que foram instaladas para vigiá-los?
E agora, quem arcará com o prejuízo?

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