O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), perdeu a oportunidade de desempenhar um papel relevante na mediação do conflito entre Ucrânia e Rússia. A declaração foi feita durante entrevista à TV Globo, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Zelensky comentou sobre a tentativa de Lula em atuar como mediador de paz, destacando que o Brasil não é mais considerado um “player” significativo no cenário global:
“Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, etc. Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump.”
Dúvidas sobre neutralidade brasileira
As críticas de Zelensky vêm após meses de desconfiança sobre a postura brasileira em relação ao conflito. Segundo ele, Lula priorizou uma aproximação com a Rússia, país agressor na guerra, em vez de se posicionar de maneira clara em defesa da Ucrânia. Além disso, o presidente ucraniano questionou a real intenção de Lula e da China em sua proposta de mediação para o fim do conflito.
A postura de Lula, de buscar um diálogo com ambos os lados da guerra, foi interpretada por Zelensky como falta de alinhamento com os esforços internacionais liderados pelos Estados Unidos e aliados ocidentais.
Relação com Trump
A declaração de Zelensky também coloca em dúvida a relevância de Lula na relação com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumiu o cargo recentemente. Segundo o líder ucraniano, o Brasil, sob a atual administração, não deve ter destaque nas relações internacionais com a nova gestão norte-americana.
Cenário internacional
As críticas de Zelensky reforçam o isolamento do Brasil em alguns debates internacionais. A aproximação de Lula com países como a Rússia e sua posição no bloco BRICS têm gerado reações de desconfiança, especialmente entre os aliados do Ocidente. Essa postura coloca em xeque o papel do Brasil como mediador em crises globais e sua relevância no cenário político internacional.