A Polícia Federal (PF) comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o Twitter/X permitiu transmissões ao vivo de perfis bloqueados judicialmente.
Entre as contas mencionadas estão as do jornalista Allan dos Santos, do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e dos comentaristas políticos Paulo Figueiredo Filho e Rodrigo Constantino. As transmissões ocorriam através de links inseridos logo abaixo da descrição dos perfis.
“Em contraste com a resposta fornecida pela empresa X, a PF identificou várias contas sujeitas a restrições judiciais, ativas no Brasil, permitindo que os usuários brasileiros da plataforma sigam os perfis bloqueados”, informou a PF, em relatório obtido por Oeste. “Além disso, embora não disponibilize os tuítes publicados, o provedor da rede social X está possibilitando que as referidas contas forneçam links para que os usuários da rede social no Brasil acessem a transmissão ao vivo, para acompanhar o conteúdo publicado pelas pessoas investigadas que tiveram suas contas bloqueadas.”
Entretanto, o Twitter/X afirmou que bloqueou ou suspendeu 161 contas por ordem do STF e mais 65 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a representação da plataforma no Brasil, as contas só foram restabelecidas mediante ordem expressa nesse sentido.
Essas transmissões teriam ocorrido dias após Elon Musk iniciar uma série de críticas a Moraes no Twitter/X. No início do mês, o empresário questionou ao ministro, na rede social, o motivo de estar impondo “tanta censura no Brasil”.
De acordo com a PF, os links para as transmissões ao vivo podiam ser acessados em determinados horários e plataformas.
Por exemplo, às 9h16 de 8 de abril, se o usuário acessasse no Brasil o aplicativo do Twitter/X no smartphone, conseguiria acessar informações do perfil do jornalista Allan dos Santos, sem o uso de VPN (ferramenta de navegação com uma localização geográfica distinta da real de um usuário).
A corporação também informou que, em 9 de abril, às 15h01, era possível acessar os links e botões disponíveis no perfil. No dia seguinte, o mesmo acontecia com o perfil do Terça Livre, ligado a Allan dos Santos.
