O senador republicano Shane David Jett enviou um ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pedindo reconsideração das restrições de viagem impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A iniciativa, articulada pelo deputado estadual Tenente Coimbra (PL-SP), buscava garantir que Bolsonaro pudesse participar da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na última segunda-feira (20).
Argumentos diplomáticos
No documento, datado de 15 de janeiro, Jett destacou que a ausência de Bolsonaro em eventos internacionais importantes, como a posse de Trump, poderia prejudicar as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Ele ressaltou que Bolsonaro, como figura política de destaque, teria um papel estratégico ao representar o Brasil em ocasiões de relevância global.
Negativa do STF
Apesar dos argumentos apresentados, Alexandre de Moraes decidiu manter a apreensão do passaporte de Bolsonaro, rejeitando duas vezes na semana passada os pedidos de devolução do documento. O ministro questionou a autenticidade do convite recebido por Bolsonaro, classificando-o como “vago” e oriundo de um “endereço não identificado”.
Reações e críticas
Para o deputado Tenente Coimbra, a decisão do STF prejudica a relação diplomática entre os dois países e representa um potencial viés de perseguição política. “A liberação do passaporte para a posse de Trump seria uma atitude honrosa, demonstrando equilíbrio entre Justiça e diplomacia”, afirmou o parlamentar.
Representação alternativa
Com o impedimento de Bolsonaro, sua esposa, Michelle Bolsonaro, viajou aos Estados Unidos para representá-lo na cerimônia. A presença de Michelle foi destacada por aliados do ex-presidente como uma forma de preservar os laços com o novo governo americano, embora a ausência de Bolsonaro tenha sido considerada um entrave político-diplomático significativo.
Impacto nas eleições de 2026
Coimbra ainda ressaltou que a manutenção das restrições pode prejudicar a imagem de Bolsonaro, que se apresenta como um dos principais nomes da direita para as eleições presidenciais de 2026. A ausência em eventos internacionais relevantes, segundo ele, poderia enfraquecer a narrativa de liderança global do ex-presidente.