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terça-feira, 3 dezembro, 2024
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Reviravolta nas acusações: MPF absolve ex-ministro Anderson Torres em meio a escândalo das invasões em Brasília

Por Marina B.

O Ministério Público Federal (MPF) encerrou uma investigação civil que visava apurar a possível responsabilidade do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, nas depredações ocorridas em 8 de janeiro do ano passado em Brasília. Durante o episódio, manifestantes invadiram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Anderson, que ficou detido por 4 meses e ainda usa tornozeleira eletrônica, foi isentado das acusações.

A condução do caso ficou a cargo do procurador Carlos Henrique Martins Lima, que, ao analisar as provas reunidas, concluiu que não havia intenção criminosa por parte do ex-ministro. O procurador apontou possíveis falhas no serviço de inteligência dos órgãos de segurança pública, mas destacou a ausência de conduta intencional por parte de Anderson Torres em facilitar os atos criminosos.

Carlos Henrique ressaltou que, nos dias anteriores à invasão, as informações disponíveis indicavam uma “baixa adesão ao movimento”, e observou uma “repentina mudança no perfil dos participantes” na véspera dos incidentes. O procurador concluiu que o secretário de segurança pública não teve meios suficientes para impedir as graves consequências das invasões.

Durante a investigação do MPF, foram realizadas diligências, ouvidas testemunhas, analisadas gravações de câmeras de segurança e anexados documentos oficiais de órgãos de segurança. O procurador também avaliou o relatório da CPI do 8 de Janeiro, mas não encontrou provas suficientes para incriminar Anderson Torres, destacando um viés político no documento.

Mensagens encontradas no celular do ex-ministro também foram consideradas na decisão de arquivamento do inquérito. Em uma delas, mesmo estando no exterior, Anderson determinou que a Polícia Militar não permitisse a entrada dos manifestantes na sede do STF. A defesa do ex-ministro comemorou a decisão, ressaltando a independência funcional e o alto nível técnico do MPF. Anderson Torres continua sendo investigado criminalmente no Supremo Tribunal Federal, sob a relatoria de Alexandre de Moraes.

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