O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes surpreendeu ao aparecer no Senado nesta quarta-feira (17), para participar de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Durante a sessão, os militares presentes reclamaram dos cortes no Orçamento, destacando a preocupação com a falta de investimentos adequados nas Forças Armadas.
Marcos Sampaio Olsen, representante da Marinha, alertou que o valor alocado para munição e combustível está abaixo do necessário ou do mínimo aceitável. Por sua vez, o ministro da Defesa, José Múcio, ressaltou a importância de atenção e investimento no setor da Defesa, destacando a necessidade de maior suporte financeiro para garantir o funcionamento adequado das Forças Armadas.
Segundo Olsen, nos últimos dez anos, houve uma perda significativa na capacidade orçamentária do setor de Defesa, com uma redução de efetivo adotada pela Marinha para tornar o orçamento mais eficiente. Ele argumentou que esses cortes afetam programas que poderiam gerar empregos diretos e indiretos.
Além disso, o comandante da Marinha apontou que parte dos cortes ocorreu durante a elaboração do Orçamento pelo Legislativo, resultando em perdas significativas de 5,6%. Durante sua apresentação aos deputados, Olsen ressaltou a importância dessa fase legislativa e seus impactos no financiamento das atividades militares.
Por sua vez, o ministro Múcio enfatizou a necessidade de retirar a pauta ideológica no campo da Defesa, destacando que o setor deve ser isento de influências políticas. Ele alertou para o risco de demissões devido à falta de previsibilidade orçamentária, ao mesmo tempo em que a compra de novos equipamentos de Defesa é essencial para a segurança nacional.
As críticas dos militares em relação aos cortes no Orçamento foram rebatidas pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP), que questionou a necessidade de mais recursos para a Defesa, sugerindo que a eficiência das operações militares poderia ser melhorada.
Por fim, o comandante do Exército, Tomas Miguel Miné Ribeiro Paiva, destacou a defasagem de unidades de combate, como os blindados, que, segundo ele, estão ultrapassados, com até 20 anos de idade.
A audiência contou também com a participação do comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, e evidenciou as tensões e preocupações em relação aos investimentos e cortes no setor de Defesa.
