O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) se tornou o centro das atenções após revelar ser alvo de uma investigação do Supremo Tribunal Federal (STF). A confirmação da investigação veio a público durante um discurso na Câmara dos Deputados na terça-feira (15), onde ele afirmou ter sido intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento em um processo que se encontra sob sigilo.
Segundo van Hattem, a investigação foi aberta em decorrência de um discurso que fez em 14 de agosto, no qual criticou o delegado Fábio Shor, chamando-o de “abusador de autoridade”. Este delegado é conhecido por conduzir investigações relacionadas ao ministro Alexandre de Moraes, incluindo a prisão do ex-assessor Filipe Martins e as acusações de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria se apropriado de presentes destinados ao Estado.
O deputado manifestou sua indignação em relação à intimação e informou que, imediatamente após receber a notificação, contratou advogados para tentar acessar o inquérito. Ele também revelou que o relator do caso é o ministro Flávio Dino, que ocupa uma posição de destaque na administração atual e é conhecido por sua atuação política e jurídica.
Esse episódio destaca a crescente tensão entre os parlamentares da oposição e o STF, especialmente em um momento em que o clima político no Brasil continua polarizado. A investigação pode ser vista como um reflexo das tentativas do governo de controlar as narrativas e silenciar vozes contrárias, além de evidenciar a fragilidade das relações entre os Poderes.
A situação de Marcel van Hattem levanta questões importantes sobre a liberdade de expressão dos parlamentares e o papel do STF em investigar possíveis abusos de autoridade. Com as investigações ocorrendo em meio a um cenário já conturbado, é provável que essa questão continue a ser debatida intensamente nos próximos dias, tanto nas esferas política quanto pública.