Dólar Hoje Euro Hoje
domingo, 23 fevereiro, 2025
Início » Mais de duas dezenas de ONGs brasileiras receberam R$ 267 milhões da USAID

Mais de duas dezenas de ONGs brasileiras receberam R$ 267 milhões da USAID

Por Alexandre Gomes

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) destinou ao menos US$ 44,8 milhões (cerca de R$ 267 milhões) a organizações não governamentais (ONGs) e instituições no Brasil entre 2023 e 2024, conforme dados do governo americano., diz Gazeta do Povo.

O volume de recursos levanta questionamentos sobre a influência estrangeira em políticas nacionais e o financiamento de pautas progressistas em solo brasileiro.

Interferência externa e financiamento controverso

A atuação da Usaid não é novidade, mas ganhou novas proporções recentemente com o corte de verbas anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano suspendeu repasses da agência para revisão de seus programas, sob a alegação de que estaria financiando agendas ideológicas contrárias aos interesses conservadores. No Brasil, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro apontam que a Usaid pode ter influenciado as eleições de 2022 em favor da esquerda.

Os dados mostram que, somente em 2023, a Usaid direcionou US$ 20 milhões (R$ 120 milhões) a ONGs brasileiras. Em 2024, o valor subiu para US$ 24,7 milhões (R$ 147 milhões), mas esse montante ainda pode crescer, pois a contabilidade oficial do ano passado não foi finalizada.

Segundo levantamento da Gazeta do Povo, pelo menos 25 ONGs brasileiras receberam repasses da Usaid. Entre as iniciativas financiadas, estão projetos de defesa do aborto, promoção de pautas LGBTQ+, apoio a imigrantes na fronteira com a Venezuela e combate às chamadas “fake news”. Muitas dessas iniciativas possuem ligação com movimentos e partidos de esquerda.

Outro ponto polêmico envolve a atuação da Usaid em regiões indígenas e ambientalistas na Amazônia. Uma única ONG que atua nessas áreas recebeu cerca de US$ 4 milhões (R$ 24 milhões) no último ano. Esses repasses chamam atenção em um momento em que projetos de demarcação de terras e fiscalização ambiental são defendidos pelo governo Lula e aliados.

Em 2021, a Usaid e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmaram parceria para supostamente combater a “desinformação” no período eleitoral. No entanto, críticos apontam que essa colaboração serviu como mecanismo de censura a opiniões contrárias à esquerda.

A discussão ganhou força internacional quando o bilionário Elon Musk acusou o Judiciário brasileiro de promover censura em redes sociais. Musk, que hoje integra a equipe de Trump, afirmou que a Usaid seria um “ninho de víboras” e está pressionando por uma auditoria completa da agência.

O ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Michael Benz, também denunciou que a Usaid teria atuado para minar a reeleição de Bolsonaro. Segundo ele, a agência financiou iniciativas para monitoramento de informação e restrição de conteúdo ligado ao ex-presidente. Deputados como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO) agora articulam a criação de uma CPI para investigar as atividades da Usaid no Brasil.

Trump, Musk e Rubio contra a Usaid

Desde que assumiu a presidência dos EUA, Donald Trump adotou postura firme contra a Usaid, congelando repasses e exigindo maior transparência. Ele classificou a agência como “dominada por radicais de esquerda” e estuda sua fusão com o Departamento de Estado.

O senador Marco Rubio também reforçou que a agência precisa se alinhar aos interesses americanos e prometeu endurecer a fiscalização sobre seus gastos. No entanto, a administração Trump sofreu um revés recente, quando uma decisão judicial impediu a demissão de 2.200 funcionários da Usaid.

Criada nos anos 1960, a Usaid sempre foi envolta em polêmicas por sua atuação em outros países. No Brasil, a recente revelação sobre o volume de recursos repassados a ONGs reacende o debate sobre soberania e influência externa na política nacional.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.