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sexta-feira, 19 setembro, 2025
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Greve dos trabalhadores da construção civil em Belém afeta obras da COP30

Por Alexandre Gomes

A preparação para a COP30, que será realizada em novembro em Belém, foi impactada pela paralisação dos trabalhadores da construção civil. A greve começou na terça-feira, 16, e não tem prazo para terminar. De acordo com o sindicato da categoria, milhares de operários que atuam em obras diretamente ligadas ao evento internacional aderiram à mobilização, incluindo os responsáveis pela construção do Parque da Cidade, espaço que sediará as principais reuniões da conferência climática.

A paralisação também envolve obras de hotéis e empreendimentos privados que estavam sendo acelerados para atender a demanda da COP30. O sindicato estima que somente em Belém cerca de oito mil trabalhadores estejam parados, com a greve se estendendo ainda para os municípios de Ananindeua e Marituba.

Motivos da paralisação

Os trabalhadores reivindicam aumento de 9,5% no piso salarial, reajuste de 30% no valor da participação nos lucros e elevação do valor da cesta básica, que atualmente é de 110 reais, para 270 reais. Segundo os representantes da categoria, as propostas apresentadas pelos empregadores foram insuficientes. O setor patronal ofereceu apenas 5,5% de reajuste salarial, 3% na participação nos lucros e aumento de apenas 10 reais no valor da cesta básica.

Para o sindicato, essas propostas não atendem às necessidades da categoria, que argumenta que os empregadores têm condições de conceder melhorias mais significativas. Um exemplo citado foi de uma empresa do setor que já aceitou as reivindicações, demonstrando, segundo os líderes sindicais, que é possível chegar a um acordo semelhante com todas as demais.

Impactos para a COP30

A greve coloca em risco o cronograma das obras relacionadas ao evento internacional. O Parque da Cidade, considerado peça central da COP30, teve suas atividades interrompidas. Além disso, grandes empreendimentos da rede hoteleira, como o Vila Galé no Porto Futuro 2 e o Tivoli, estão paralisados. Essas obras eram consideradas estratégicas para garantir a infraestrutura de hospedagem dos milhares de visitantes esperados para novembro.

Há também a possibilidade de que a paralisação afete obras públicas de forma indireta, já que parte dos trabalhadores envolvidos pertence a outros sindicatos. O movimento sindical tem buscado envolver o maior número possível de operários para dar mais força à mobilização.

Clima de tensão e mobilização

Na segunda e na terça-feira, os trabalhadores realizaram protestos no centro de Belém. As manifestações reuniram centenas de operários e contaram com o acompanhamento do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Durante os atos, sindicalistas percorreram os canteiros de obras e convidaram os demais trabalhadores a se unir à greve, o que resultou em uma adesão significativa.

Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, Aurinor Gama, a decisão pela greve ocorreu porque as negociações não avançaram. Ele afirmou que, na última reunião marcada com os empregadores, eles não compareceram e enviaram por e-mail a mesma proposta já rejeitada anteriormente. Diante disso, a categoria decidiu paralisar as atividades até que as reivindicações sejam atendidas.

Próximos passos

A paralisação segue sem prazo definido e deve continuar até que haja uma negociação considerada justa pelo sindicato. O Sinduscon-PA, entidade que representa as empresas do setor, declarou que apresentou propostas e que, diante da greve, poderá recorrer a medidas legais para garantir o funcionamento das atividades.

Enquanto isso, a categoria mantém firme a mobilização e promete intensificar a pressão para que os empresários aceitem negociar de forma mais favorável. Para os trabalhadores, não faz sentido a cidade se preparar para receber um evento global de grande porte sem oferecer condições dignas àqueles que estão construindo a infraestrutura necessária.


Quer que eu reforce esse texto para dar um tom mais jornalístico de reportagem, com trechos de fala entre aspas e descrição de cenário, ou prefere manter mais próximo de um relatório explicativo?

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