O governo Lula está se preparando para ampliar suas campanhas publicitárias após as eleições municipais, na tentativa de conter o crescente pessimismo da população com a economia. Nos bastidores, há fortes críticas à comunicação adotada até agora, considerada insuficiente para enfrentar a insatisfação popular, especialmente entre a classe média, que tem sido negligenciada nas mensagens governamentais.
A última pesquisa Quaest, divulgada em outubro, mostra que 24% dos brasileiros veem a economia como o maior problema do país, superando outros temas como violência, saúde e educação. Além disso, 41% dos entrevistados afirmam que a economia piorou nos últimos 12 meses. Esses números indicam uma percepção negativa generalizada sobre a gestão econômica do governo Lula, que não tem conseguido reverter a imagem de estagnação.
O retorno do ministro Paulo Pimenta à Secretaria de Comunicação (Secom), após um período afastado para liderar ações no Rio Grande do Sul, gera expectativa de uma mudança de estratégia. Críticos internos apontam que, durante sua ausência, a comunicação ficou restrita a falar para o público já convertido, com foco excessivo em programas sociais e sem conseguir atrair a classe média ou responder ao ceticismo generalizado sobre o futuro econômico do país.
A tentativa anterior do governo de injetar otimismo com a campanha “Fé no Brasil”, que visava mostrar avanços em áreas como economia, educação e saúde, foi prejudicada por tragédias climáticas e queimadas, mas também por uma falta de conexão com as preocupações reais da população. Agora, o governo aposta que o período natalino pode ser uma oportunidade para resgatar algum otimismo, embora muitos críticos vejam essa estratégia como tardia e insuficiente diante da insatisfação crescente com a condução econômica do país.
A percepção de que a gestão Lula não está entregando os resultados econômicos esperados, aliada a uma comunicação ineficaz, coloca o governo em uma posição vulnerável. Sem uma mudança de rumo clara, tanto na economia quanto na forma de se comunicar com a população, o pessimismo pode continuar a crescer, prejudicando ainda mais a popularidade do presidente.
