Entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025, o Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, recebeu 3.660 brasileiros deportados dos Estados Unidos em 32 voos organizados pelo governo norte-americano, segundo informações divulgadas pela BH Airport e pelo portal Poder360. Durante esse período, Luiz Inácio Lula da Silva estava na presidência do Brasil, e Joe Biden era o líder dos Estados Unidos.
Esses voos ocorreram sem qualquer manifestação crítica do governo brasileiro em relação ao uso de algemas nos deportados, procedimento padrão das autoridades dos EUA para garantir a segurança durante os voos.
Críticas Surgem na Era Trump
Após a posse de Donald Trump em janeiro de 2025, o governo Lula criticou o uso de algemas e correntes nos voos de deportação. A reclamação veio à tona quando um voo com deportados, originalmente destinado a Confins, foi desviado para Manaus devido a problemas técnicos. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ordenou a remoção das algemas e transferiu os deportados para Confins em um avião da Força Aérea Brasileira.
Procedimentos Padronizados
Segundo a NBC News, o uso de algemas é uma prática padrão nos Estados Unidos para deportados, independentemente da administração governamental. O processo de deportação segue um protocolo que inclui a detenção por violações legais e transferência para centros do ICE, onde os casos são avaliados por juízes ou processados mais rapidamente em casos específicos.
Comparação de Dados
Durante a gestão de Biden, 7.168 brasileiros foram deportados, um número superior ao registrado nas administrações de Trump e Obama. Os brasileiros representaram 1,3% do total de deportados na era Biden, em comparação com 0,7% no governo Trump.
As críticas recentes do governo Lula sobre o uso de algemas contrastam com o silêncio mantido durante os voos organizados pela gestão Biden, levantando questionamentos sobre a mudança de postura do governo petista.