Nos dois primeiros anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os repasses do governo federal aos sites do Grupo Globo tiveram um salto significativo. Entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) direcionou mais de R$ 10,2 milhões às plataformas digitais do conglomerado de mídia da família Marinho.
Comparação com o Governo Bolsonaro
Esse valor representa um aumento de mais de 250% em relação aos R$ 2,9 milhões repassados durante os quatro anos da gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022). Além dos sites, o governo Lula também retomou investimentos em outras mídias do grupo, como jornais impressos e emissoras de TV.
Nos anos de 2023 e 2024, a Secom destinou R$ 290 mil a publicações impressas do conglomerado, após um período de três anos sem receber verbas publicitárias do governo Bolsonaro. Para a TV aberta, incluindo a Globo e suas afiliadas, o valor ultrapassou R$ 252 milhões no mesmo período, R$ 10 milhões a mais do que o total investido pelo governo anterior em quatro anos.
Mudanças na Secom
Os repasses expressivos coincidem com a gestão de Paulo Pimenta à frente da Secom. Após sua demissão nesta semana, o publicitário Sidônio Palmeira foi nomeado para comandar a pasta. Palmeira terá a missão de alinhar as ações de comunicação do governo com as expectativas da população e ampliar a percepção positiva das iniciativas do Executivo.
Críticas e Questionamentos
Os aumentos nos repasses reacenderam debates sobre o uso de recursos públicos para publicidade governamental e levantaram questionamentos sobre a relação entre o governo federal e grandes conglomerados de mídia. Críticos apontam que a disparidade nos valores entre as gestões de Lula e Bolsonaro reflete não apenas estratégias de comunicação distintas, mas também prioridades políticas diferentes.
O impacto dessas decisões continuará a ser observado, especialmente à medida que o governo Lula avança em sua agenda de reconstrução institucional e fortalecimento da imagem pública.