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sábado, 26 julho, 2025
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Eduardo Bolsonaro critica medidas do STF e diz que “Brasil já é pior que a Venezuela”

Por Alexandre Gomes

Deputado defende Jair Bolsonaro e denuncia “censura sem precedentes” contra oposição política

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais nesta terça-feira (22) para fazer duras críticas às medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação no X (antigo Twitter), o parlamentar afirmou que, em muitos aspectos, “o Brasil já é pior do que a Venezuela”.

A declaração veio em reação à nova ofensiva do STF, que ameaçou prender Bolsonaro por suposto descumprimento de medida cautelar relacionada ao uso de redes sociais.

“Reparem que María Corina [Machado, líder opositora da Venezuela] não foi proibida de usar redes sociais e segue criticando a perseguição à oposição ativamente. No Brasil, por outro lado, Jair Bolsonaro e muitos outros já não podem mais fazer nem isso”, escreveu Eduardo.

Censura e perseguição política: comparações com regimes autoritários

Eduardo Bolsonaro reforçou que, enquanto ditaduras como a venezuelana permitem que opositores ainda tenham algum espaço para se manifestar, no Brasil opositores estão sendo silenciados por decisões judiciais que extrapolam os limites constitucionais.

Para ele, a situação brasileira se assemelha cada vez mais a um regime de exceção, onde a oposição ao governo vigente é sufocada com base em interpretações jurídicas arbitrárias.

As críticas ocorrem após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar um prazo de 24 horas para que a defesa de Jair Bolsonaro explique um suposto descumprimento da proibição de uso de redes sociais. Segundo a acusação, o ex-presidente apareceu em vídeos divulgados nas plataformas digitais, nas quais discursava para apoiadores e exibia a tornozeleira eletrônica, que passou a usar por determinação do Supremo.

Moraes afirmou que, se não houver justificativa convincente, poderá decretar a prisão preventiva do ex-presidente, o que gerou forte reação de parlamentares, juristas e lideranças conservadoras.

Bolsonaro se defende: “Máxima humilhação”

Na segunda-feira (21), Bolsonaro esteve na Câmara dos Deputados, onde mostrou publicamente a tornozeleira e se dirigiu a parlamentares e apoiadores em tom de desabafo.

“Não roubei, não desviei dinheiro público, não matei, não trafiquei. Isso aqui representa a máxima humilhação. Uma covardia contra um ex-presidente da República. Vamos enfrentar tudo e todos. Para mim, vale a lei de Deus”, declarou.

A decisão de colocar a tornozeleira foi tomada após pedido da Procuradoria-Geral da República, que alegou risco de fuga e tentativa de intimidação contra autoridades. Além da tornozeleira, Bolsonaro está proibido de entrar em embaixadas e de manter contato com diplomatas estrangeiros.

Defesa aponta desrespeito às garantias constitucionais

Aliados e juristas próximos ao ex-presidente classificam as medidas como arbitrárias e desproporcionais, e acusam o Supremo de atuar como órgão político e censor. Argumentam que as restrições impostas a Bolsonaro — incluindo censura prévia, veto a manifestações públicas e vigilância eletrônica — não têm precedentes na história democrática do país, mesmo em relação a figuras condenadas em processos criminais.

A defesa de Bolsonaro alega que ele não publicou diretamente nas redes, e que vídeos gravados por terceiros não caracterizam descumprimento da medida.

A escalada de tensões entre o STF e a oposição conservadora, especialmente em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem gerado crescente inquietação política e institucional. Para Eduardo Bolsonaro, a comparação com a Venezuela não é exagerada, mas um alerta urgente sobre a perda de liberdades fundamentais no país.

A fala do deputado, somada ao gesto simbólico de Jair Bolsonaro ao exibir a tornozeleira no Congresso, reforça a narrativa de perseguição e tentativa de silenciamento da oposição, em um momento decisivo para o futuro político do Brasil.

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