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sábado, 15 março, 2025
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Crise: Brasileiros usam táticas da época da hiperinflação para driblar preço dos alimentos

Por Alexandre Gomes

Com a inflação persistente e os preços dos alimentos em alta, os brasileiros têm adotado estratégias similares às usadas durante a hiperinflação para conseguir levar os itens básicos para casa. Apesar das sugestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recomendou que a população reduzisse as compras, os consumidores, cada vez mais informados pela internet, estão se adaptando e encontrando formas criativas de lidar com os altos custos.

De acordo com Gabriel Fagundes, líder da consultoria NielsenIQ, as reações dos consumidores hoje são mais diversificadas do que no passado. Se antes as pessoas se concentravam em comprar apenas em atacarejos ou escolher marcas mais baratas, agora essas táticas são combinadas. Um mesmo consumidor pode comprar produtos em embalagens maiores quando há um bom custo-benefício e, para outros itens, optar por embalagens menores.

Além disso, a compra de alimentos em atacarejos tem se intensificado. Uma pesquisa da Neogrid revela que, no final de 2024, 87,8% das notas fiscais emitidas nos atacarejos incluíam alimentos, um aumento de 4,7 pontos em relação ao mês anterior. As compras nesses estabelecimentos têm sido mais vantajosas devido aos preços mais baixos, refletindo uma tendência de adaptação dos consumidores à crise econômica.

Outro dado importante é que, enquanto as marcas mais baratas têm se destacado, marcas premium também têm se saído bem, indicando uma polarização nas escolhas dos consumidores. As marcas intermediárias, por sua vez, são as mais prejudicadas, como aponta a NielsenIQ, com desempenho 50% inferior em comparação com os extremos.

Essas novas estratégias de compra refletem diretamente nas despesas com a cesta básica, já que as famílias buscam equilibrar o aumento no custo de vida. A inflação no Brasil segue pressionando, e, embora tenha sido registrada uma desaceleração no aumento dos preços, os brasileiros continuam a ajustar suas compras para garantir o essencial.

A compra em múltiplos pontos de venda e a escolha entre embalagens maiores e menores são respostas a um cenário de inflação de 7,46% nos últimos 12 meses, com os preços dos alimentos em alta constante. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indicou um aumento de 1,07% no custo da alimentação em janeiro, refletindo a dificuldade que os brasileiros têm enfrentado para manter o poder de compra.

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