Resistência ao depoimento de Edson Claro reforça pressão sobre dirigentes ligados à Contag
A oposição na CPMI do INSS decidiu intensificar a investigação sobre figuras ligadas ao PT, após a resistência da base governista em permitir o depoimento de Edson Claro, ex-funcionário do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
Claro, que afirma estar disposto a “contar tudo” — incluindo supostos repasses de propina em dinheiro vivo —, é considerado peça-chave para revelar detalhes do esquema que teria lesado aposentados e pensionistas.
Contag no centro das suspeitas
O foco agora se volta para a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), historicamente controlada pelo PT.
A entidade foi presidida por Aristides Veras, irmão do deputado Carlos Veras (PT-PE), e é suspeita de arrecadar de forma irregular até R$ 3,7 bilhões de aposentados rurais.
A expectativa é de que relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) tragam indícios que comprometam a gestão de Aristides.
Convocações pendentes
A convocação de Aristides Veras para depor na CPMI foi aprovada ainda em agosto, na primeira sessão deliberativa do colegiado, mas o depoimento segue sem data marcada.
Outro alvo de convocação é a secretária-geral da Contag, Thaisa Daiana, que deverá explicar como a entidade realizava os descontos de aposentados.
Edson Claro continua no centro das atenções
Considerado uma “testemunha-bomba”, Edson Claro é visto pela oposição como peça-chave para expor a rede de corrupção.
Após ter relatado à Polícia Federal que o “Careca do INSS” pagava propinas em dinheiro vivo, Claro passou a ser foco de novos pedidos de convocação.
Até agora, quatro requerimentos adicionais para ouvi-lo já foram apresentados pela oposição, que acusa parlamentares governistas de tentar blindar figuras ligadas ao PT e impedir que a investigação avance.