À beira da insolvência, conforme admitido por sua própria direção, os Correios buscam repassar ao consumidor os custos de sua crise financeira. Em vez de cortar despesas, a estatal pretende aumentar as tarifas, adotando uma abordagem semelhante à do governo Lula (PT), que tem elevado impostos ao invés de reduzir gastos. Segundo um documento interno sobre “ações para sustentabilidade econômico-financeira”, ao qual esta coluna teve acesso, a empresa pretende reajustar os preços em até 81,6% já em abril. Apesar disso, os Correios negam oficialmente que haja qualquer discussão sobre o tema.
Diferentes cenários, mesmo resultado
O estudo da estatal considerou reajustes menores, de 12%, 20% e 45%, mas aponta que apenas a alta de 81,6% garantiria um saldo de R$ 3,4 bilhões em caixa—só até a empresa enfrentar nova crise de insolvência.
Revisão insuficiente
Os Correios alegam que o último reajuste tarifário ocorreu em 2017, com um aumento de apenas 4,094%, valor considerado insuficiente para cobrir os custos operacionais.
Impacto da “taxa das blusinhas”
O documento também atribui parte da crise à taxação sobre encomendas internacionais de baixo valor, conhecida como “taxa das blusinhas”, implementada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo a estatal, a medida reduziu significativamente sua receita.
Próximos passos
O plano será apresentado nos próximos dias para aprovação da diretoria, etapa que não deve encontrar grandes dificuldades. A principal resistência, caso ocorra, deverá vir do conselho da empresa.