A recente declaração de Donald Trump, resumindo a relação entre Brasil e Estados Unidos, é direta: o Brasil depende mais dos EUA do que o contrário. E os números não deixam dúvidas sobre essa desigualdade estrutural. Com um PIB de 28 trilhões de dólares, os Estados Unidos lideram a economia mundial, enquanto o Brasil se posiciona como um fornecedor de matérias-primas e produtos agrícolas, características típicas de economias em desenvolvimento.
Dependência Brasileira e Realidade Econômica
As exportações brasileiras para os EUA somam cerca de 40 bilhões de dólares anuais, concentradas em commodities e produtos agropecuários. Para os americanos, isso representa apenas 1% de suas importações totais. Por outro lado, 12% das exportações brasileiras têm os Estados Unidos como destino, evidenciando a maior dependência do Brasil.
Se um dia o Brasil desaparecesse do mapa, o impacto nos Estados Unidos seria praticamente nulo. Já o contrário seria devastador: dependemos da tecnologia, do capital e até de serviços básicos ligados à infraestrutura digital americana, como as plataformas de comunicação e bigtechs.
Brasil: Potencial ou Limitações?
O Brasil enfrenta desafios profundos, como baixo investimento em inovação, uma educação pública de qualidade insuficiente e um sistema produtivo pouco competitivo. Não temos um portfólio significativo de produtos tecnológicos ou serviços inovadores que atraia compradores globais. Enquanto isso, empresas americanas sozinhas possuem valores de mercado que superam o PIB brasileiro.
Conclusão
A relação entre Brasil e Estados Unidos é marcada por assimetrias que não podem ser ignoradas. Trump colocou o dedo na ferida ao expor a posição de vulnerabilidade do Brasil. Resta ao país reconhecer suas limitações, investir em educação, ciência e tecnologia, e buscar reduzir essa dependência histórica — uma tarefa difícil, mas indispensável para o futuro.
