O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDD-MG), confirmou o adiamento da sessão para análise dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a projetos aprovados pelo Legislativo. Pacheco e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acataram os pedidos do governo por mais tempo para negociar com os parlamentares. Agora, espera-se que a sessão ocorra entre os dias 7 e 9 de maio.
Durante todo o dia, o Palácio do Planalto tentou adiar a sessão com receio de que os deputados e senadores retomassem o calendário obrigatório de emendas impositivas. Além disso, havia incertezas sobre o acordo para recomposição do corte nas emendas de comissão.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), foi o primeiro a anunciar o adiamento, declarando que “pelo bem da República, foi tudo adiado”.
No entanto, mais cedo, o presidente da Câmara defendeu a realização da sessão, argumentando que o Congresso já teve tempo suficiente para analisar os vetos de Lula. Ele afirmou que a Câmara estava pronta para votar os vetos e que era melhor resolver as questões pendentes rapidamente para evitar futuros contratempos no calendário legislativo.
A mudança na agenda causou desconforto entre os líderes da Câmara, que estavam reunidos com Lira quando souberam que a votação de um projeto importante tinha sido adiada no Senado. Eles interpretaram isso como uma tentativa do governo de adiar a sessão sem consulta prévia aos deputados.
Alguns parlamentares, sob anonimato, comentaram que as cobranças públicas de Lula para que os ministros dialogassem mais com os parlamentares não surtiram efeito.
Além disso, as lideranças da Câmara criticaram a falta de comunicação do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), sobre as discussões no Senado, como o adiamento da votação de um projeto que afeta as emendas.
O governo trabalhou para evitar a apreciação dos vetos nesta quarta-feira, temendo uma derrota que prejudicaria uma semana considerada positiva para a agenda econômica. Randolfe afirmou que havia um acordo para recompor parte das emendas de comissão, mas o Palácio do Planalto tenta manter o veto ao cronograma para empenho e execução de emendas impositivas.
Líderes da Câmara avaliaram que o impasse sobre a sessão havia sido resolvido em uma reunião na noite anterior, mas a situação continuou incerta durante o dia. O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 defendeu a derrubada do veto ao calendário de emendas, argumentando que isso tornaria o orçamento mais transparente e responsável.
A Senadora Damares Alves fez um vídeo lamentando o adiamento, mas deixou claro que a oposição irá derrubar todos os vetos do presidente Lula.