Dólar Hoje Euro Hoje
quinta-feira, 19 setembro, 2024
Início » Venezuela emite ordem de prisão contra candidato da oposição Edmundo González

Venezuela emite ordem de prisão contra candidato da oposição Edmundo González

Por Marina B.

Nesta segunda-feira (2), a Justiça da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra Edmundo González, 75 anos, candidato da oposição nas eleições vencidas por Nicolás Maduro.

O pedido, feito pelo Ministério Público liderado por Tarek Saab, ocorre após González ignorar pela terceira vez uma intimação para depor em uma investigação sobre supostas fraudes eleitorais. A audiência mais recente foi agendada para a última sexta-feira (30), quando o país enfrentou um apagão generalizado.

González, que concorreu após a proibição da líder da oposição, María Corina Machado, alegou anteriormente que o Ministério Público atua como um “acusador político” e que um eventual julgamento não garantiria um processo justo.

Um porta-voz de González informou à Reuters que o opositor não recebeu notificação oficial sobre o mandado de prisão. O Ministério Público, alinhado ao chavismo, havia advertido que nova ausência de González seria interpretada como “risco de fuga e obstrução”, justificando assim a prisão.

O mandado de prisão foi assinado pelo promotor Luis Ernesto Duénez e enviado ao juiz especial que lida com casos relacionados a terrorismo. A acusação inclui desobediência das leis, falsificação de documentos, conspiração, usurpação de funções e sabotagem, crimes que podem levar a uma pena máxima de 30 anos.

Essas acusações estão ligadas à publicação de um site que reúne atas eleitorais usadas pela oposição para alegar sua vitória. O site afirma que González venceu com mais de 7,3 milhões de votos (67%) contra 3,3 milhões de Maduro (30%). Várias organizações internacionais confirmaram a veracidade das atas, e alguns países reconheceram González como o legítimo presidente eleito.

No entanto, o regime de Maduro, que não divulgou as atas oficiais, considera os documentos apresentados pela oposição como falsos e declara Maduro como vencedor com 52% dos votos, contra 43% de González.

Desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação contra o regime, González não aparece em público e tem limitado suas atividades às redes sociais por medo de represálias. María Corina, também alvo de repressão, afirma viver escondida no país, embora não haja mandado de prisão contra ela.

Especialistas apontam irregularidades no processo contra González, já que o Ministério Público não especificou se ele estava sendo convocado como acusado, testemunha ou especialista, como exige a lei venezuelana.

A ordem de prisão foi emitida poucas horas após os Estados Unidos apreenderem um avião usado por Maduro na República Dominicana, por violação das sanções americanas. A aeronave, descrita como equivalente venezuelano ao Air Force One, foi fotografada em visitas de Estado de Maduro. O regime venezuelano condenou a apreensão como um ato de pirataria.

Na véspera da audiência, González participou por videoconferência de uma reunião com ministros das Relações Exteriores da União Europeia, que se recusaram a reconhecer a “legitimidade democrática” da reeleição de Maduro, mas também não reconheceram González como presidente eleito.

O mandado de prisão contra González adiciona mais um opositor à lista de alvos do regime após a eleição contestada. No dia 28 de julho, Biagio Pilieri, líder do partido Convergência Venezuela, foi preso após um comício ao lado de María Corina Machado. No dia 27, María Corina denunciou o desaparecimento de Perkins Rocha, advogado da oposição e representante político junto ao CNE. Ela afirmou: “Querem nos dobrar, nos confundir e nos aterrorizar. Seguiremos adiante.”

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.