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domingo, 13 outubro, 2024
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UE fragilizada na corrida tecnológica: Draghi aponta necessidade de novo plano

Por Marina B.

Nesta terça-feira (10), as questões econômicas dominam as manchetes na França, destacando o impacto do relatório apresentado ontem por Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE). Draghi, conhecido por seu papel crucial na crise financeira de 2009, recomendou uma nova estratégia industrial para que a União Europeia não perca a corrida tecnológica para a China e os Estados Unidos.

O relatório de Draghi sugere um investimento anual de € 800 bilhões, equivalente a quase 5% do PIB da UE, para enfrentar o “desafio existencial” que a Europa enfrenta. Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, Draghi alertou que, “pela primeira vez desde a Guerra Fria”, os europeus devem temer pela sua sobrevivência. O plano, apresentado à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, inclui 170 propostas e defende uma “mudança radical”, como a flexibilização das regras de concorrência da UE que, segundo ele, sufocam projetos de inovação, conforme destaca o portal Franceinfo.

O jornal Les Echos aponta que a negociação individualizada de compras nos setores espacial, de defesa e segurança está tornando a indústria europeia cada vez mais vulnerável. Em 2022, a UE ainda produzia e exportava equipamentos e tecnologias de qualidade superior, ou pelo menos equivalente aos dos EUA, em várias áreas, como tanques de combate e tecnologias navais e aeronáuticas. No setor espacial, apesar do bloco investir um terço do montante gasto pelos EUA, a Europa conseguiu manter-se na corrida na última década. No entanto, a situação mudou e a UE está agora em uma posição de fragilidade no desenvolvimento de tecnologias emergentes que serão cruciais para o crescimento futuro.

A imprensa francesa expressa pessimismo sobre o futuro europeu se não houver uma mudança significativa por parte dos 27 líderes. A competição entre os países, o apego de países como Polônia e Alemanha às relações privilegiadas com os EUA em detrimento dos interesses europeus, a instabilidade atual dos governos em Paris e Berlim, e as dívidas acumuladas impedem a UE de considerar um empréstimo coletivo para financiar a inovação.

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