“Se tivermos que intervir militarmente, será uma coisa terrível para eles”
O presidente Donald Trump sinalizou que um acordo nuclear com o Irã pode surgir em um futuro próximo, pouco mais de um mês após seu governo restabelecer uma campanha de “pressão máxima” contra Teerã.
Trump disse aos repórteres na sexta-feira que os EUA estão “chegando aos momentos finais” nas negociações com o Irã e que ele espera que a intervenção militar seja desnecessária.
“É um momento interessante na história do mundo. Mas temos uma situação com o Irã que algo vai acontecer muito em breve, muito, muito em breve”, disse Trump a repórteres no Salão Oval. “Vocês vão falar sobre isso muito em breve, eu acho. Espero que possamos ter um acordo de paz. Não estou falando por força ou fraqueza, estou apenas dizendo que prefiro ver um acordo de paz do que o outro. Mas o outro resolverá o problema.”
Trump revelou que enviou uma carta ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pressionando Teerã a concordar com um acordo nuclear — ou enfrentar consequências militares, de acordo com um clipe divulgado na sexta-feira de uma entrevista com a FOX Business que deve ir ao ar no domingo.
“Eu preferiria negociar um acordo”, disse Trump à FOX Business. “Não tenho certeza se todos concordam comigo, mas podemos fazer um acordo que seria tão bom quanto se vocês vencessem militarmente.”
“Mas a hora está acontecendo agora, a hora está chegando”, ele disse. “Algo vai acontecer de uma forma ou de outra. Espero que o Irã, e eu escrevi uma carta para eles, dizendo que espero que vocês negociem porque se tivermos que entrar militarmente, vai ser uma coisa terrível para eles.”
Behnam Ben Taleblu, diretor do programa Irã da Fundação para a Defesa das Democracias, disse que parecia que Trump estava “colocando todas as opções na mesa, das boas às ruins”.
“Mas o presidente deve ter cuidado”, disse Ben Taleblu em uma declaração. “Teerã armou uma armadilha para ele, esperando atraí-lo para uma diplomacia sem fim que é usada para enfraquecer a pressão máxima e amortecer a credibilidade de uma opção militar americana ou israelense, enquanto ganha tempo para se aproximar de uma arma nuclear.”
Os comentários de Trump também foram feitos dias antes do 18º aniversário do sequestro do agente especial aposentado do FBI Robert “Bob” Levinson na Ilha de Kish, no Irã, no domingo, que também marca o Dia Nacional dos Reféns e Detentos Injustos.
O FBI continua oferecendo uma recompensa de até US$ 5 milhões por informações que levem à recuperação de Levinson, enquanto o Departamento de Estado ofereceu US$ 20 milhões por tais informações, bem como detalhes sobre aqueles que são procurados por seu suposto envolvimento em seu desaparecimento.
Trump disse a repórteres em fevereiro que acredita que o Irã está “perto” de desenvolver uma arma nuclear, mas que os EUA impediriam um Teerã “forte” de obter uma. Ele também assinou uma ordem executiva instruindo o Departamento do Tesouro a executar “pressão econômica máxima” sobre o Irã por meio de uma série de sanções destinadas a afundar as exportações de petróleo do Irã.
“Eles estão muito fortes agora, e não vamos deixá-los obter uma arma nuclear”, disse Trump em 4 de fevereiro.
O primeiro governo de Trump também adotou uma iniciativa de “pressão máxima” contra Teerã, emitindo sanções maiores e uma execução mais severa para violações.
