Os partidos de direita de diversos países da União Europeia (UE), que obtiveram representação no Parlamento Europeu em 2019, atualmente se agrupam em duas bancadas. Contudo, diante das projeções de aumento de votos para essa ideologia nas pesquisas, surge a expectativa de uma fusão que fortaleça ainda mais seu poder.
As pesquisas sobre as tendências de voto nas eleições europeias (6 a 9 de junho), indicam um crescimento dos partidos de direita em toda a UE, levantando a possibilidade de que o próximo Parlamento Europeu, possa ter a maior representação histórica dessa ideologia. A questão que se coloca é se haverá uma fusão para consolidar esse poder.
Atualmente, entre os sete grupos políticos, existem dois que abrigam partidos de direita:
- Conservadores e Reformistas Europeus (CRE): Inclui o Irmãos de Itália, liderado pela PM Giorgia Meloni, Vox (Espanha) e o Partido Lei e Justiça (Polônia), entre outros (67 eurodeputados, de 16 países).
- Identidade e Democracia (ID): Inclui o Reagrupamento Nacional (França), Alternativa para a Alemanha (Alemanha) e a Liga (Itália), entre outros (58 eurodeputados, de 8 países).
Nicola Procaccini, co-presidente do CRE, afirmou à Euronews que não prevê uma fusão, pois “não existe essa possibilidade”, considerando que são dois grupos distintos com especificidades políticas diferentes.
Para formar um grupo político, são necessários 23 eurodeputados, e pelo menos um quarto dos 27 Estados-membros deve estar representado. No caso da direita, é provável que alguns partidos migrem de um grupo para outro.
Outro fator relevante será observar como os atuais partidos populistas não afiliados (ou independentes) podem se juntar a um dos grupos, sendo o Fidesz, partido no poder na Hungria liderado por Viktor Orbán, o mais significativo nesse cenário.
Quanto à postura desses partidos no próximo mandato (2024-2029), a análise sugere que terão maior influência nas políticas em Bruxelas. No entanto, especialistas indicam que isso poderá levá-los a suavizar suas posições, especialmente as mais nacionalistas, à medida que passam a participar mais ativamente no processo de tomada de decisões em Bruxelas.
Apesar de Portugal não ter eurodeputados nesses dois grupos, as previsões indicam que o Chega, nas eleições legislativas em março, pode obter representação nas eleições europeias, elevando sua visibilidade e influência no contexto da direita europeia.