Pela primeira vez em mais de cem dias do conflito entre Israel e o Hamas, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução nesta quinta-feira (18/01) exigindo um “cessar-fogo permanente” e a retomada de “esforços em direção a uma solução política” para o conflito israelo-palestino. A aprovação, que não tem força de lei, ocorreu com 312 votos a favor, 131 contra e 72 abstenções. A resolução pede a libertação imediata e incondicional dos 136 reféns em Gaza e o desmantelamento do Hamas, considerado uma organização terrorista pela União Europeia e outros países do Ocidente.
Os eurodeputados condenam os ataques terroristas do Hamas contra Israel, defendendo o direito de autodefesa do país, mas ressaltam a necessidade de distinguir entre combatentes e civis. Israel alega conformidade com o direito internacional, acusando o Hamas de usar civis como escudos humanos. Os eurodeputados consideram as ações das forças israelenses como “desproporcionais” e expressam preocupação com o alto número de civis mortos.
A resolução, inicialmente proposta por socialistas, centristas e verdes, foi aprovada em acordo com o Partido Popular Europeu (PPE). Além disso, os eurodeputados renovaram o apelo pelo fim da ocupação israelense nos territórios palestinos, condenaram os assentamentos na Cisjordânia e instaram a União Europeia a buscar uma solução de dois Estados para a paz. O Parlamento Europeu também condenou a expansão do conflito no Oriente Médio, mencionando ataques do Hisbolá ao Israel e dos houthis no Mar Vermelho.
O Conselho Europeu, representando os 27 países-membros da União Europeia, ainda não se pronunciou sobre um cessar-fogo, mantendo o apoio a “pausas e corredores humanitários”. A falta de consenso na UE sobre o conflito reflete a divisão entre os países favoráveis a Israel e os que apoiam os palestinos. O Conselho de Segurança da ONU ainda não aprovou uma resolução vinculativa devido à falta de consenso entre seus membros permanentes.