O Parlamento Europeu aprovou uma resolução referente à elaboração de uma nova estratégia marítima, que insta à limitação do investimento estrangeiro em infraestruturas da União Europeia. Essa restrição abrange portos e destaca especialmente a crescente influência da China.
Na Grécia, a empresa estatal chinesa COSCO detém uma participação majoritária no Porto de Pireu. De acordo com Stratos Papadimitriou, professor do Departamento de Estudos Marítimos da Universidade de Pireu, inicialmente, a COSCO recebeu uma concessão para gerir dois dos três terminais existentes, e posteriormente, “a Autoridade Portuária foi totalmente vendida, e a COSCO obteve 67% da propriedade”.
Embora esses investimentos tenham possibilitado a modernização do porto e o aumento do tráfego de contêineres, a crescente influência de Pequim tem causado inquietação, conforme relatam agências internacionais. Um recente relatório do Parlamento Europeu sobre esses investimentos chineses destaca o risco de dependência e coerção econômica.
Em uma entrevista à Euronews, Francesca Ghiretti, pesquisadora do Instituto Adarga, menciona que “não é descartável que a China possa usar sua influência nos portos europeus, como em toda a Europa, para provocar alterações políticas ou mudanças de posição”.
O mesmo relatório também alerta para riscos em termos de segurança, cibersegurança, bem como a possibilidade de espionagem e sabotagem. O foco principal das preocupações está na estratégia de integração militar e civil nacional da China.
Klemen Groselj, eurodeputado do Movimento Esloveno para a Liberdade e membro da plataforma Renew Europe, destaca que todas as atividades aparentemente civis estão “de alguma forma, ligadas aos interesses estratégicos e militares mais amplos da China”. Ele acrescenta que os investimentos em infraestruturas críticas na Europa têm interesses comerciais, mas também podem envolver preocupações relacionadas com segurança e setor militar.