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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Destinos incertos: O paradeiro dos mercenários exilados na Bielorrússia?

Por Alexandre G.

Em junho de 2023, Yevgeny Prigozhin, então chefe do Grupo Wagner, liderou um motim armado contra a liderança militar russa, partindo da Ucrânia rumo a Moscou com parte de seu exército particular. No entanto, a intervenção do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, resultou na interrupção da investida em troca do exílio sem proteção para Prigozhin e seus homens na Bielo-Rússia.

Dois meses após a queda misteriosa de um jato, Prigozhin faleceu, mas aproximadamente mil membros do Wagner permanecem na Bielorrússia, principalmente na região de Mogilev, conforme relato de Valery Zakhashchik, representante do gabinete de transição da líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tsikhanouskaya, exilada na Lituânia.

Apesar de contar com apoio das forças de segurança e propagandistas bielorrussos, alguns membros do Wagner deixaram o país em busca de oportunidades mais atrativas. Segundo Zakhashchik, parte dos mercenários recebeu passaportes bielorrussos com novos nomes, alistando-se nas tropas do país em busca de estabilidade e segurança, mas encontraram pagamentos significativamente menores do que anteriormente recebiam.

O especialista em defesa e segurança sugere que mais mercenários deixarão a Bielorrússia no futuro, participando de contratos com diferentes órgãos na Rússia ou optando por voar para a África. Ele destaca que a presença atual dos mercenários não é suficiente para influenciar significativamente os acontecimentos na Bielorrússia.

A avaliação é de que Lukashenko, ao aceitar os membros do Wagner, buscava se apresentar como um pacificador que salvou a Rússia, mas não obteve os benefícios esperados. As relações com Vladimir Putin podem deteriorar-se, pois o presidente russo não tolera tentativas de alguém se apresentar como mais forte e inteligente.

Quanto ao apoio militar bielorrusso aos mercenários do Wagner, Zakashchik destaca a adesão à ideologia do “mundo russo”. Ele sugere que Minsk considera os mercenários como um instrumento político útil, podendo treinar suas próprias forças de segurança e utilizá-los como fator de intimidação na campanha eleitoral. O Kremlin também se beneficia da presença dos mercenários na Bielorrússia, considerando-os possíveis recursos em caso de emergência na frente ucraniana.

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