O “Europa das Nações Soberanas” (ENS), criado na quarta-feira, é o terceiro grupo no Parlamento Europeu a reunir representantes de partidos de direita dos países da UE, tendo como principal força política os eurodeputados do Alternativa para a Alemanha (AfD).
O ENS reúne eleitos por partidos que, até agora, não tinham filiação política nas várias bancadas do Parlamento Europeu devido às suas ideologias específicas.
Composto por 25 eurodeputados de oito Estados-membros, o grupo cumpre os critérios necessários para formar uma bancada (pelo menos 23 eurodeputados de sete Estados-membros), evitando assim a categoria de não-inscritos, que limita a relevância e o tempo de intervenção dos legisladores.
A composição e o nome do ENS foram anunciados na quarta-feira, após uma reunião constitutiva em Bruxelas, consolidando-se como a terceira força de direita no Parlamento Europeu. Esta notícia surge dois dias após a criação do Patriotas pela Europa, iniciativa do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que visa unir forças conservadoras e nacionalistas.
Apesar das suas diferenças, os oito partidos do ENS estão unidos na oposição ao Pacto de Migração e Asilo, ao Pacto Ecológico Europeu, aos valores do progressismo social e à assistência militar à Ucrânia, posicionando-se em confronto com a corrente dominante de esquerda.
Além disso, todos contestam o projeto de integração europeia, que delega cada vez mais competências políticas a instituições supranacionais da União. Daí a ênfase no termo “soberania” no nome do grupo.
A bancada é composta por:
- Alternativa para a Alemanha (AfD): 14 eurodeputados da Alemanha
- Confederação: 3 eurodeputados da Polónia
- Revival: 3 eurodeputados da Bulgária
- Reconquête: 1 eurodeputado de França
- Republika: 1 eurodeputado da Eslováquia
- Liberdade e Democracia Direta (SPD): 1 eurodeputado da Chéquia
- Movimento Nossa Pátria: 1 eurodeputado da Hungria
- União do Povo e da Justiça: 1 eurodeputado da Lituânia
“Escolhemos este caminho não porque seja fácil, mas porque é necessário para concretizar a nossa visão comum de uma Europa das Pátrias forte, unida e virada para o futuro.” – René Aust, eurodeputado da direita alemã.
Quem é quem no novo grupo?
A principal força do ENS é a AfD, que ocupa mais da metade dos assentos, e um dos seus eurodeputados, René Aust, foi nomeado copresidente. Stanisław Tyszka, da Confederação, é o outro copresidente.
“Reunimo-nos porque partilhamos o objetivo de ter um impacto significativo no futuro político da Europa através de uma ação decisiva e de um planejamento estratégico. Este objetivo só pode ser alcançado coletivamente, como demonstra a história europeia. A influência sempre foi exercida por aqueles que tiveram a coragem de se organizar e atuar estrategicamente”, afirmou Aust.
“Escolhemos este caminho não porque seja fácil, mas porque é necessário para concretizar a nossa visão comum de uma Europa das Pátrias forte, unida e virada para o futuro”, acrescentou.
O ENS inclui também o Revival da Bulgária, o Movimento Nossa Pátria (MHM) da Hungria, o Liberdade e Democracia Direta (SPD) da Chéquia, o Reconquête! de França e o Republika da Eslováquia, todos defensores do nacionalismo e do conservadorismo.