Chefes empresariais expressaram preocupação nesta quarta-feira com a interrupção do transporte marítimo no Mar Vermelho, devido a ataques de militantes Houthis no Iêmen. Eles alertaram que essa situação pode impactar as cadeias de abastecimento por meses e resultar na escassez de navios-tanque necessários para o transporte de combustível.
Os ataques dos Houthis, aliados do Irã, a navios na região desde novembro têm causado perturbações no comércio entre a Ásia e a Europa, gerando alarme entre as grandes potências. A milícia Houthis afirma agir em solidariedade aos palestinos e ameaça expandir os ataques para incluir navios dos EUA em resposta às ações americanas e britânicas no Iêmen.
Grandes companhias marítimas, incluindo a Maersk, instruíram centenas de navios a evitar o Mar Vermelho, optando por rotas mais longas ao redor da África ou aguardando até que a segurança possa ser garantida. A interrupção nessa importante rota comercial global preocupa executivos, com o CEO da Maersk, Vincent Clerc, destacando que cerca de 20% do comércio mundial passa pelo Estreito de Bab al-Mandab, agora obstruído.
As taxas de frete aumentaram significativamente desde dezembro, e os prêmios de risco de guerra para remessas pelo Mar Vermelho também estão em alta, de acordo com fontes de seguros. A rota alternativa ao redor do Cabo da Boa Esperança pode adicionar de 10 a 14 dias à viagem, comparada à passagem pelo Mar Vermelho até o Canal de Suez.
A Aramco, gigante petrolífera saudita, expressou preocupação com uma possível escassez de petroleiros se os ataques dos Houthis persistirem a longo prazo. Os EUA realizaram novos ataques no Iêmen em resposta aos mísseis antinavio dos Houthis. O governo dos EUA planeja colocar os rebeldes Houthis de volta na lista de organizações terroristas dos EUA.
Em meio a essas tensões, incidentes, como o ataque a um navio porta-contentores de Malta e um atentado aos escritórios da empresa de transporte Zim, levantam preocupações adicionais sobre a segurança na região.