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sábado, 5 outubro, 2024
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190 funcionários da ONU são acusados de terrorismo em dossiê israelense. Até que ponto a ONU não sabia?

Por Marina B.

Um relatório da inteligência israelense levou vários países a suspender financiamentos para uma agência de ajuda palestina da ONU. O documento de seis páginas, visto pela Reuters, alega que cerca de 190 funcionários da UNRWA, incluindo professores, participaram de sequestros, assassinatos e agiram como militantes do Hamas ou da Jihad Islâmica. Gravíssimo, inadmissível e inaceitável. O relatório acusa a UNRWA de abrigar terroristas e foi compartilhado com os Estados Unidos, que suspendeu o financiamento para a agência. A UNRWA nega as acusações, afirmando estar investigando e que alguns funcionários foram demitidos. Mais de 10 países, incluindo EUA e Alemanha, suspenderam o financiamento, colocando em risco as operações da agência.

Este é um enorme problema para a UNRWA, já que mais da metade dos 2,3 milhões de palestinos em Gaza dependem diariamente da assistência da agência, que já estava sobrecarregada devido à guerra entre Israel e o Hamas. A UNRWA afirmou que não poderá continuar suas operações em Gaza e na região além do final de fevereiro se o financiamento não for retomado.

A Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas foi estabelecida para os refugiados da guerra de 1948, durante a fundação de Israel. Atende também milhões de descendentes dos refugiados originais nos territórios palestinos e no exterior, empregando 13.000 pessoas em Gaza.

Israel há muito acusa a UNRWA de perpetuar o conflito ao desencorajar a reinstalação de refugiados e, ocasionalmente, afirma que funcionários da agência participaram de ataques armados contra ela. A UNRWA nega qualquer irregularidade, enfatizando seu papel como uma agência de alívio.

O dossiê israelense, baseado em informações de inteligência e documentos apreendidos, alega identificar cerca de 190 agentes terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica que atuam como funcionários da UNRWA. Acusa o Hamas de implantar sua infraestrutura terrorista em instalações e ativos da ONU, incluindo escolas, algo que o Hamas nega.

Mais de 26 mil pessoas foram mortas na campanha militar de Israel contra o Hamas em Gaza. Com os fluxos de ajuda reduzidos, as mortes por doenças evitáveis e o risco de fome estão aumentando. A população de Gaza, em grande parte dependente da ajuda da UNRWA, enfrenta desafios significativos. O chefe da ONU, Antônio Guterres, pediu que as nações continuem financiando a UNRWA por razões humanitárias, enquanto promete responsabilizar qualquer funcionário envolvido em atos condenáveis.

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