A divulgação da ata da reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), trouxe consigo uma interpretação “hawkish” (agressiva) pelo mercado, consolidando a percepção de que a taxa Selic pode encerrar o atual ciclo de afrouxamento monetário em um patamar mais alto do que inicialmente previsto.
O documento revelou que a mediana das expectativas do mercado para a taxa no final do ciclo de cortes subiu de 9,75% para 10% após a divulgação da ata. As estimativas variam entre 9,5% e 10,5%.
A ausência de indicações sobre os próximos passos do comitê e o reforço da preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação sinalizam a possibilidade de que o corte derradeiro aconteça já na próxima reunião, em junho, ou mesmo de que não haja mais reduções na taxa básica de juros.
Apesar de a moda das projeções apontar para o encerramento do atual ciclo de cortes em julho, a maioria das instituições financeiras ainda prevê um último corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, em junho. No entanto, há análises que indicam uma possível estagnação da Selic em 10,5% nos próximos meses.
A ata do Copom foi interpretada como uma sinalização de um ciclo de afrouxamento mais curto e condicionado à evolução das expectativas de inflação. Isso levou alguns bancos a elevarem suas estimativas para a Selic ao final do atual ciclo de flexibilização monetária.
O cenário para os próximos meses permanece incerto, com diferentes análises sobre qual será a decisão do Copom na reunião de junho e quais fatores serão determinantes para essa decisão. Alguns economistas apontam para a possibilidade de uma pausa nos cortes de juros nas próximas reuniões, à medida que as preocupações com a inflação aumentam.
