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sexta-feira, 28 novembro, 2025
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Selic de 15% contrata queda da atividade em 2026, afirma especialista

Por Alexandre Gomes

Em entrevista ao Capital Insights, Petrônio Cançado estima que cortes de juros ocorrerão somente a partir de março e que inflação terá recuo marginal

Apesar de descartar uma crise de crédito à frente, o sócio da gestora de fundos Occam, Petrônio Cançado, diz que a taxa de juros de 15% contrata a desaceleração da economia para 2026 e avalia que problemas poderão existir, mas serão pontuais.

“A Selic é o fator que mais impacta mercado de crédito e a sensação de que os juros estão muito altos é uma unanimidade”, completa Cançado, em entrevista ao Capital Insights.

Parceria entre o CNN Money e a Broadcast, o programa entrevista semanalmente referências do mercado financeiro para discutir o cenário econômico do Brasil e do mundo. O Capital Insights vai ao ar toda quinta, às 19h, no CNN Money.

O especialista ainda estima que os cortes da Selic ocorrerão somente a partir de março e que a inflação terá recuo marginal entre 2025 e 2026. A projeção da Occam é de algo pouco acima de 4,5%, com o mercado de trabalho ainda aquecido.

Assim, o espaço para redução da Selic, na avaliação de Cançado, virá da credibilidade que o Banco Central está conseguindo conquistar.

“Galípolo está sendo conservador e ganhando confiança do mercado. A postura dele aumenta chance de juros caírem mais rapidamente”, diz, estimando o juro básico em 13% no final de 2026.

O especialista, que é responsável pela área de crédito da Occam, conta que, com o atual nível de juro, a emissão de papéis privados fica restrita às grandes empresas. “As empresas pequenas são as que mais sofrem na situação atual”, afirma.

Segundo ele, os spreads pagos pelas grandes companhias estão muito baixos, justamente por causa do juro básico elevado. “No passado, já pagaram mais, mas hoje só empresas menores ou aquelas de setores afetados por juros altos pagam spreads mais elevados”, continua.

Cançado avalia que o pior momento da economia já passou e que o cenário para 2026 é melhor do que aquele que existia para o início deste ano, depois de um novembro e um dezembro muito ruins para o mercado de crédito, em 2024.

“Em 2025 fomos muito bem no crédito”, diz, acrescentando que a Occam apostou nas debêntures de infraestrutura durante este ano.

Ele reconhece que a isenção fiscal foi o principal impulsionador desse segmento, mas acredita que o mercado de crédito “seria mais saudável” se não houvesse incentivo.

“É certeza que, em algum momento, não haverá mais título isento”, pontua.

Sobre a bolsa, diz que a percepção de que os papéis estavam baratos explica a valorização de cerca de 30% acumulada no ano e que as melhores apostas para 2026 são os setores financeiro e de utilities. Na Occam, as preferências recaem sobre BTG, Nubank, Equatorial, Copel e Sabesp.

Cançado diz ainda que o principal problema do Brasil é a questão fiscal e que a continuidade de entrada de investidores estrangeiros depende da política monetária dos EUA.

“O BC americano nunca teve opiniões tão díspares. E as decisões de política monetária sem consenso geram corte menor da taxa de juros”, explica.

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