A temporada de divulgação de resultados dos grandes bancos brasileiros está prestes a começar, com expectativas de melhorias em relação aos trimestres anteriores. Os resultados do quarto trimestre de 2023 devem refletir um avanço significativo em comparação aos últimos meses de 2022, quando os bancos iniciaram provisões devido ao risco de inadimplência da Americanas. Analistas também aguardam a consolidação da estabilização, e até mesmo uma redução, da inadimplência, incluindo o segmento de pessoa física. Embora o crédito tenha desacelerado devido ao aperto monetário, o foco dos investidores está nas projeções dos bancos para 2024, considerando a perspectiva de queda nos juros, mas com uma atividade econômica mais fraca.
De acordo com um levantamento realizado pelo Valor, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil devem apresentar um lucro combinado de R$ 25,982 bilhões no último trimestre de 2023, representando um aumento de 4,8% em relação ao terceiro trimestre e de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior. A atenção está voltada para o Bradesco, que enfrenta desafios de reconstrução de confiança após a exposição à crise da Americanas e a recente mudança de CEO.
Os resultados projetados indicam uma possível virada para os bancos em 2024, com inflação controlada, a taxa Selic em declínio e indicadores econômicos ainda positivos. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) prevê uma expansão de 8,5% no estoque de crédito em 2024. Apesar das incertezas, a expectativa é de uma melhoria gradual da inadimplência e um aumento na retomada do crédito a partir do segundo semestre deste ano.
O Bradesco, em particular, atrai grande atenção, pois precisa recuperar a confiança dos investidores após anunciar a saída do CEO Octavio de Lazari Jr. em novembro. A expectativa é de que o novo CEO, Marcelo Noronha, apresente um novo plano estratégico em fevereiro. O Itaú e o Banco do Brasil devem manter um desempenho positivo, enquanto o Santander continua a buscar sinais encorajadores em meio à reversão do ciclo econômico. O setor bancário, após enfrentar desafios durante a pandemia, agora vislumbra uma perspectiva mais positiva em 2024.
