O Banco Central Europeu (BCE) seguiu as previsões e optou por manter inalteradas, pela terceira vez consecutiva, as três taxas de juro diretoras. Christine Lagarde, presidente da instituição, afirmou que o debate sobre a redução das taxas ainda é prematuro.
A incerteza reside na possibilidade e no momento em que essa redução poderá ocorrer. Os mercados financeiros antecipam uma diminuição da taxa de juro de 4% em abril, mas Lagarde já indicou que essa mudança pode se concretizar durante o verão.
Lagarde alertou que as decisões do banco, serão baseadas nos dados mais recentes sobre a saúde da economia, preferindo não fazer promessas de longo prazo.
No comunicado divulgado nesta quinta-feira, o BCE destacou que “as pressões internas sobre os preços permanecem altas”, enfatizando que as taxas elevadas estão contribuindo para a redução da inflação. Também enfatizou a necessidade de manter os custos dos empréstimos elevados “enquanto necessário”, sem estabelecer um calendário específico.
Os analistas apontam que existem motivos válidos para o BCE agir com cautela. Por um lado, a necessidade de reverter o curso e aumentar as taxas caso a inflação não continue a diminuir, ou volte a subir, poderia prolongar o impacto de um crédito mais restrito. Outro motivo é a velocidade dos aumentos salariais dos trabalhadores europeus. Os responsáveis do BCE expressaram o desejo de avaliar os números dos aumentos salariais nos primeiros meses deste ano, antes de decidirem sobre a direção da inflação.
Os analistas do banco Berenberg sugerem que Lagarde provavelmente manterá a possibilidade de um primeiro corte em junho, sem comprometer-se totalmente com essa decisão. Ao enfatizar a necessidade de mais dados sobre a dinâmica da inflação no início de 2024, Lagarde poderá suavemente contrariar as expectativas do mercado, em relação a um primeiro corte de taxas em abril, de acordo com esses analistas.