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terça-feira, 1 outubro, 2024
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Poder de compra do brasileiro cai pela metade – Cadê a picanha?

Por Alexandre G.

Entre 2013 e 2023, o poder de compra dos brasileiros sofreu uma redução significativa, aproximadamente pela metade. Esse declínio ocorreu devido a um aumento quase dobrado nos preços dos produtos nos mercados, enquanto os salários médios anuais permaneceram praticamente estagnados em termos nominais.

A perda de poder de compra se traduz na sensação, de que agora é possível adquirir menos itens no mercado com a mesma quantia de dinheiro, ou que é necessário desembolsar mais para comprar a mesma quantidade de produtos. Com R$ 100 há 10 anos, era possível montar uma cesta com 13 produtos básicos, enquanto esses mesmos R$ 100, considerando as correções até o ano passado, não compram nem metade desses produtos.

Essa necessidade de gastar mais impactou a capacidade financeira dos brasileiros, uma vez que os salários médios anuais não acompanharam os aumentos nos preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aumentou 88% em uma década, enquanto o salário médio anual cresceu apenas cerca de 3%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE.

Um estudo da consultoria financeira L4 Capital revelou que o poder de compra dos brasileiros, diminuiu em todos os anos desde 2013. Em 2023, embora o salário nominal tenha atingido R$ 39.604,44, a quantia disponível para gastos com produtos e serviços diminuiu em 42%, chegando a R$ 1.755 por mês.

Essa situação é atribuída, segundo especialistas, a dois motivos principais: uma inflação persistente e a baixa produtividade profissional. O Brasil não experimentou um período deflacionário nos últimos 10 anos, e eventos como a crise de 2015 e a pandemia de Covid-19, exacerbaram o problema com aumentos nos preços não acompanhados por aumentos salariais equivalentes.

A perspectiva para o futuro do poder de compra é incerta. Enquanto alguns especialistas, como Paulo Feldmann da FEA-USP, preveem uma piora na renda média devido à crescente automação e uso de inteligência artificial no mercado de trabalho, outros, como Carla Beni da FGV, veem oportunidades para os jovens se capacitarem em novas tecnologias e ocuparem vagas bem remuneradas.

Para evitar a perda de poder de compra, a plataforma de investimentos Rico destaca que o salário precisaria ter aumentado cerca de 88% no período de 10 anos. Caso contrário, o poder de compra foi corroído, e seria necessário praticamente dobrar o salário, para recuperar a capacidade de adquirir a mesma quantidade de itens de 2013.

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