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Governo Lula: Petrobras inicia licitação para construção de navios, projeto que fracassou nas gestões anteriores

Por Marina B.

A subsidiária de transporte da Petrobras, Transpetro, anunciou na segunda-feira, 8 de julho, o início da primeira licitação para a construção de quatro navios destinados ao transporte de combustíveis. Esta iniciativa faz parte do programa de expansão e renovação da frota da empresa.

O programa prevê a publicação de quatro editais para a construção de 25 navios próprios até o final de 2025, com um investimento total estimado entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões. A revitalização da indústria naval é uma prioridade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem frequentemente destacado a importância da retomada da construção naval no Brasil desde o início de seu mandato.

Anteriormente, Lula tentou estabelecer um polo naval no Brasil, resultando em desafios significativos. A Sete Brasil, criada em 2010 para supervisionar a construção de 28 navios-sonda para o pré-sal, conseguiu entregar apenas quatro embarcações antes de entrar em recuperação judicial em 2016. Em 2024, foi solicitada a falência definitiva da companhia.

A mudança recente na presidência da Petrobras, com Magda Chambriard assumindo o cargo em maio, reflete a pressão do governo para acelerar investimentos em grandes obras e revitalizar a indústria naval brasileira. O ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates, enfrentou críticas por suposta lentidão na execução desses projetos.

Magda Chambriard anunciou que o edital publicado na última sexta-feira, 5 de julho, para a construção de quatro navios da classe Handy visa reduzir a exposição da estatal às flutuações nos preços de frete. Estes navios, com capacidade entre 15 mil e 18 mil toneladas de porte bruto (TPB), serão responsáveis pelo transporte de combustíveis derivados de petróleo.

A licitação será internacional e aberta, permitindo a participação de estaleiros que atendam aos critérios técnicos e econômicos estabelecidos no edital. No entanto, os estaleiros brasileiros terão vantagens, como acesso a financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM) e melhores condições na equalização de propostas, devido à isenção de impostos de importação após a entrega dos equipamentos.

A Transpetro espera receber propostas em um prazo de 90 dias, com a divulgação do estaleiro vencedor e a assinatura do contrato previstas para dezembro deste ano. O primeiro navio está programado para ser lançado ao mar em junho de 2026, seguido pela construção escalonada dos demais até 2028.

O próximo edital focará na construção de navios gaseiros para transporte de gás natural, com previsão de publicação entre dezembro e janeiro, após aprovação pelos conselhos da Petrobras. O plano estratégico para o período de 2024 a 2028 inclui também a encomenda de mais 12 navios, atualmente em fase de estudo.

Para completar o total de 25 unidades planejadas, a Transpetro planeja incluir nove navios de médio porte, dos tipos MR1 e MR2, no plano estratégico para o período de 2025 a 2029, a ser divulgado em novembro deste ano. Estes navios terão capacidade entre 40 mil e 50 mil toneladas.

Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, expressou confiança na participação de muitos estaleiros nacionais na licitação. Fernando Mascarenhas, diretor financeiro da Transpetro, enfatizou que os concorrentes que optarem por construir no Brasil terão acesso a financiamento competitivo do FMM, com condições especiais para o sistema Petrobras.

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