Um tribunal de Hong Kong determinou a liquidação do gigante imobiliário China Evergrande Group, agravando a crise no mercado imobiliário do país e minando a confiança dos investidores. A juíza Linda Chan tomou a decisão diante da incapacidade da Evergrande de apresentar um plano de reestruturação concreto, mais de dois anos após o calote em sua dívida. A liquidação, que nomeia a Alvarez & Marsal como liquidadora, cria incertezas nos mercados de capitais e imobiliários chineses, enquanto os investidores observam como os tribunais chineses reconhecerão a decisão de Hong Kong.
A China Evergrande, a desenvolvedora mais endividada do mundo, enviou o setor imobiliário chinês em crise quando deu calote em sua dívida em 2021. A liquidação aumenta a incerteza em meio à economia chinesa em desempenho fraco, um mercado imobiliário estagnado e uma bolsa de valores próxima de mínimos em cinco anos. A decisão ocorre enquanto o presidente da Evergrande, Hui Ka Yan, enfrenta investigações por crimes suspeitos. A liquidação pode prejudicar a capacidade da empresa de pagar todos os credores, e a recuperação esperada para os investidores é agora estimada em menos de 3%.
A decisão de liquidação tem implicações políticas e econômicas significativas, pois os investidores observam como a China lidará com os credores estrangeiros em caso de falência. A Evergrande havia tentado adiar a decisão, argumentando progresso em sua proposta de reestruturação de dívidas de US$ 23 bilhões. A liquidação pode afetar as operações diárias da empresa, mas a Alvarez & Marsal, como liquidadora, busca preservar e devolver valor aos credores e partes interessadas. O processo de liquidação pode se estender por meses ou anos, enquanto o liquidante offshore nomeado pelos credores assume o controle das subsidiárias na China continental, uma jurisdição diferente de Hong Kong.